ELEIÇÕES

Análise: vídeos falsos tomam contam das redes na reta final das eleições

Grupos de monitoramento de agências de checagem de conteúdo perceberam a viralização de vídeos repletos de montagens, com recortes de falas e mudança de contextos, em plataformas importantes como YouTube Shorts, Kwai e TikTok, atingindo centenas de milhares de visualizações em questão de horas

Roberto Fonseca
postado em 21/10/2022 06:00
 (crédito: Joey Huang/Unsplash)
(crédito: Joey Huang/Unsplash)

A nove dias do desfecho da eleição presidencial mais acirrada desde a redemocratização, podemos cravar, sem risco de errar, que a tensão só vai aumentar até o dia 30. E são dois os motivos: as pesquisas eleitorais mostram uma disputa cada vez mais apertada, com a vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) dentro da margem de erro nos últimos levantamentos divulgados; e o crescimento exponencial de vídeos falsos nesta semana.

Sobre as pesquisas, é importante destacar que a redução da diferença de Lula sobre Bolsonaro era esperada, afinal o resultado do primeiro turno mostrou que a eleição está apertada. Com a movimentação de aliados do presidente em estados-chaves, como São Paulo e Minas, e a intensificação do pacote de bondades, a tendência era mesmo de uma disputa cada vez mais apertada. Será suficiente para virar o jogo? Impossível cravar. O otimismo, no entanto, toma conta dos dois lados. Tanto petistas quanto bolsonaristas acreditam fielmente na vitória.

Em relação às notícias falsas, mostra-se necessária uma atenção especial. Grupos de monitoramento de agências de checagem de conteúdo perceberam a viralização de vídeos repletos de montagens, com recortes de falas e mudança de contextos, em plataformas importantes como YouTube Shorts, Kwai e TikTok, atingindo centenas de milhares de visualizações em questão de horas. De lá, migram para o WhatsApp e o Telegram, sendo impossível saber qual o alcance que estão tendo.

Além disso, outras plataformas como Gettr — criada por Jason Miller, ex-auxiliar e porta-voz do ex-presidente Donald Trump — e Helo — rede social fundada pelo Orkut Büyükkökten, o criador do Orkut — passaram a apresentar um forte conteúdo eleitoral, com boa parte repleta de desinformação. Ou seja, há uma crescente disseminação de vídeos falsos na reta final, principalmente com a religião como tema principal.

Ontem, o TSE aprovou uma nova resolução para tentar barrar a distribuição de conteúdo falso. Entre as principais medidas estão a retirada de páginas falsas em até duas horas; a suspensão de canais que publiquem fake news de forma reiterada; e a principal delas: a proibição de propaganda eleitoral paga na internet 48 horas antes da votação e nas 24 horas depois. Uns criticam. Veem censura. Outros aplaudem. Avaliam que, se o jogo está sujo, é preciso agir com rigor. E você, qual sua opinião?

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