A semana que passou foi repleta de acontecimentos desagradáveis, tendo como protagonistas agentes da política, quando se aproxima a data do segundo turno das eleições. Vão desde as aleivosias proferidas por uma senadora eleita pelo Distrito Federal, numa igreja evangélica em Goiânia, não confirmadas, sobre sequestro e estupro de crianças na Ilha do Marajó à "rolou um clima", declaração do presidente-candidato, após visita a adolescentes venezuelanas, em São Sebastião.
Teve mais: as ofensas e ameaças perpetradas por apoiadores do mesmo candidato-presidente — usando camisas verde-amarelas e portando copos com bebida alcoólica — a jornalistas, a padres e bispo na Basílica Histórica de Aparecida (SP). Sem esquecer das insinuações homofóbicas de um candidato a governador no Rio Grande do Sul sobre seu oponente.
Diante disso busquei algum antídoto e o encontrei na música. Com um prazer incomensurável, eu me detive ao vídeo disponíveis na internet de um concerto da Orquestra Sinfônica de Ouro Preto tocando Beatles. Foi algo que desanuviou a tensão provocada por tantas coisas ruins, com as quais tive que conviver.
Curtir as eternas canções da obra de John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, com arranjos elaborados pelo pianista Mateus Freire, executadas por um grupo de 20 músicos, sob a batuta do maestro Rodrigo Toffolo trouxe alívio imediato.
É impressionante como a vibração implementada pela Orquestra de Ouro Preto à placidez de clássicos da maior banda da história do rock como Blackbird, Eleanor Rigby, Here, there and everyhere, Hey Jude, Yesterday, Let it be e Something em vez de desvirtuar a beleza, as tornaram ainda mais atraentes. Destaque para magistrais solos de guitarra, violão, violino, violoncelo e piano.
Fundada há 22 anos por Rodrigo Tofollo e pelo bandoneonista argentino Rufo Herrera, a originalmente chamada Orquestra Experimental da Universidade Federal de Ouro Preto tinha como objetivo resgatar a tradição musical da histórica cidade mineira, aliando o erudito e o popular.
Desde a apresentação de estreia em 2000, a Orquestra de Ouro Preto fez incontáveis concertos em várias cidades de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, e dividiu o palco com grandes nomes da MPB, entre os quais Edu Lobo, Ivan Lins e Alceu Valença. Com Milton Nascimento celebrou os 50 anos do icônico álbum Clube da Esquina — tido pela crítica especializada como o melhor disco lançado pela indústria fonográfica brasileira em todos os tempos — no Cine Theatro Central, em Juiz de Fora.
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