EDITORIAL

Visão do Correio: Médicos para todos

Correio Braziliense
postado em 14/10/2022 06:00

Na próxima terça, dia 18, é o Dia do Médico, profissional de extrema relevância para a sociedade, demonstrada especialmente nos últimos anos, devido às milhares de mortes e internações de pacientes vítimas da covid-19. Ao lado de enfermeiros e técnicos de enfermagem, os médicos tomaram a linha de frente no combate à pandemia, ganhando notoriedade, na maioria das vezes, ou perdendo a vida, em alguns casos.

O contingente da classe médica também aumentou, na verdade duplicando o número de profissionais registrados no início do século. Em 2000, de acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), eram 230.100 médicos em todo o Brasil. Vinte anos depois (2020), 502.475. A média de médicos por mil habitantes passou de 1,41 para 2,4, segundo o estudo Demografia Médica no Brasil 2020, parceria entre o CFM e a Universidade de São Paulo (USP).

Essa proporção médico/habitante no Brasil não fica muito atrás de potências como Estados Unidos (2,6), Canadá (2,7) e Reino Unido (2,8), ganhando inclusive do Japão (2,2). No entanto, e isso não é novidade para ninguém, embora tenhamos um número suficiente de profissionais para atender à população brasileira, a questão continua sendo a má distribuição, com grande concentração da categoria nos grandes centros urbanos.

Há capitais, inclusive, que a média chega a 5,65 médicos por grupo de 1 mil habitantes, com destaque para Vitória (13,71), Florianópolis (10,68) e Porto Alegre (9,94). Na outra ponta, cidades do Nordeste e do Norte do país apontam uma triste realidade: apenas 1,69 e 1,30 médico por mil habitantes, respectivamente.

Situação preocupante também é a queda dos índices de imunização de crianças e adultos. A se manterem índices tão baixos de vacinação — no que tange à poliomielite, influenza e até mesmo covid-19 — torna-se cada vez mais arriscado o retorno de doenças até então erradicadas.

Por outro lado, vale destacar o papel do Sistema Único de Saúde (SUS), de hemocentros, laboratórios, hospitais, filantrópicos, conveniados e particulares e das entidades — sejam sociedades brasileiras, conselhos federal, regional e órgãos estaduais e municipais — empenhadas em promover campanhas, congressos, reuniões ou até mesmo opções criativas, como as ações que envolvem a telemedicina (telessaúde), adotada pela classe médica e por planos de saúde.

Nas próximas décadas, vislumbram-se novas nuances. A evolução da robótica, da genética, das pesquisas em diversas áreas da medicina e de técnicas cada vez mais aprimoradas para retardar o envelhecimento e melhorar a saúde do ser humano. E todas elas lideradas por eles, os médicos. Fundamental que o número de profissionais seja mais equilibrado no país. Que esses avanços se reflitam também no maior acesso das populações carentes aos profissionais de saúde. Que não faltem médicos em regiões remotas, onde ainda se adoece por motivos que já deveriam estar superados há muito tempo.

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