ativista político

Artigo: Contra o fascismo

O talento de Ivan Lins pode ser observado desde o início da carreira, no começo da década de 1970. O engajamento social do jovem cantor e compositor carioca também era percebido, naquela época, como membro do Movimento Artístico Universitário (Mau) que se contrapunha à ditadura militar.

Autor de canções melódicas e harmonicamente bem construídas, Ivan foi gravado pelas divas do jazz norte-americano Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Carmem McRae e Diana Krall e, claro, por nossa Elis Regina.

Várias dessas músicas trazem letras de temática contestadora. Em Aos nossos filhos, registrada no álbum Nos dias de hoje, de 1978, num dos versos ele diz: "Perdoem a falta de abrigo/ Perdoem a falta de amigos/ Os dias eram assim..."

Não por acaso, a frase "os dias eram assim" se tornou título da maxi-série protagonizada por Renato Góes, Gabriel Leone e Sophie Charlotte, que a TV Globo exibiu entre 17 de abril e 19 de setembro de 2017, tendo como tema de abertura Nos dias de hoje. Uma das questões tratadas foi a violência e a repressão perpetradas por policiais nos anos de chumbo — entre as décadas de 1960 e 1970 — contra os opositores do regime.

Ao se apresentar no palco Sunset, no Rock in Rio, sexta-feira última, ao lado do rapper Xamã, Ivan Lins mostrou que mantém acesa a chama de ativista político. Na interpretação do clássico Começar de novo (composta em 1979), antenado ao momento que o país vive, ele alterou a letra fazendo uma crítica contundente ao fascismo. Num dos trechos cantou: "Sem o teu fantasma/ Sem tua moldura/ Sem o teu domínio/ Sem tuas escoras/ Sem o teu fascismo/ Sem tuas escórias...". Um recado bem dado.

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