No fim da semana passada, a polícia deu desfecho a um crime hediondo. Prendeu um servidor público aposentado que estuprou as netas entre 2008 e 2013. Na época, elas tinham 7 e 9 anos. O abusador foi condenado, em 2017, a uma pena de 39 anos e seis meses de prisão. E por que só foi capturado agora? Porque estava sendo protegido por familiares!
Veja a amplitude da perversidade contra essas meninas. Além de serem alvo da covardia do avô, foram revitimizadas pelos próprios parentes. Como essas pessoas tiveram tamanha capacidade de dar guarida a quem cometeu atos tão bárbaros contra crianças, e, pior, netas dele?
Há outra vertente repugnante nessa atrocidade. As duas eram estupradas, também, pelo próprio pai. É de gelar a alma. Ora o pai, ora o avô as martirizavam. Uma infância destruída por pessoas que deveriam protegê-las, mantê-las a salvo de todo tipo de violência, zelar pela saúde física e mental delas. Espero, de todo o coração, que elas tenham recebido apoio psicológico para seguirem com a vida o mais normal possível ante essa dor imensurável.
O pai abusador cumpre pena na Papuda. Foi condenado, em 2014, a 20 anos de detenção. Merecia muito, muito mais. Os dois criminosos abjetos tinham de apodrecer na cadeia. Infelizmente, no nosso país, a legislação "penal" está longe do rigor que deveria ter. Há tantas benesses para bandidos que as sentenças não são cumpridas em sua totalidade — na verdade, nem chegam perto disso.
São as crianças e os adolescentes que precisam de proteção, não criminosos vis. As estatísticas mostram que a violência sexual no Brasil vitima, na imensa maioria das vezes, meninas e meninos. Os predadores são, em geral, parentes. E os abusos ocorrem, principalmente, no ambiente doméstico.
A segurança dos vulneráveis tem de ser missão de todos nós. Tanto com vigilância em casa quanto fora dela. Quem souber ou desconfiar da violência tem a obrigação de denunciar. Os canais são o Disque 100, o aplicativo Proteja Brasil, o site Humaniza Redes, ou conselhos tutelares e a polícia.
Parabéns aos agentes da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente pelo empenho no trabalho que possibilitou mandar esse estuprador de crianças para atrás das grades.