O diretor-presidente da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanon Ghebreyesus, previu, na quarta-feira última, que está próximo o fim da pandemia de covid-19. Segundo ele, houve uma mudança no cenário, com um menor número de mortes desde março de 2020, ano em que eclodiu a crise sanitária. No entanto, esse resultado não autoriza o relaxamento das medidas preventivas nem redução no ritmo de vacinação. "É o momento de correr mais rápido, de garantir que cruzaremos a linha de chegada e colheremos os frutos de todo o nosso trabalho árduo", acrescentou Tedros.
Em todo o planeta, 6,5 milhões de pessoas morreram pelo Sars-Cov-2. No ranking global, o Brasil ocupa a terceria posição, com 685 mil óbitos até agora, atrás de Estados Unidos e Índia. No Brasil, foram aplicadas 472 milhões de doses — 172 milhões de brasileiros completaram o ciclo —, o que representa a imunização de 80,9% da população. Hoje, a taxa de letalidade está 2% no país. Na capital da República, onde 11.825 pessoas sucumbiram pelo vírus, há mais de um mês — desde 11 de agosto — não foi registrado nenhum óbito pela covid-19. Em Minas Gerais, nos últimos sete dias, a média de mortes ficou em 12 vítimas.
A Comissão Lancet sobre covid-19, criada em meados de 2020, com 28 integrantes e liderada pelo professor Jeffey D. Sachas, da Universidade de Columbia, avaliou os tropeços que ocorreram no enfrentamento da pandemia. Entre as conclusões, destacaram falhas na notificação oportuna do surto inicial, atraso no reconhecimento da capacidade de propagação do novo coronavírus, despreparo dos países ante a crise da saúde e oposição às medidas sanitária e sociais, que prejudicaram o controle da epidemia em nível mundial.
No Brasil, os desencontros entre as recomendações da ciência e as orientações do poder público tornaram a crise pior do que ela se apresentava. A vacinação em massa começou com atraso. Muitos brasileiros tiveram — e ainda têm — resistência aos imunizantes não só contra a covid-19, mas também aos destinados a outras doenças preveníveis, o que os tornaram vetores para a proliferação do vírus. Não à toa, há 34,6 milhões de infectados pelo coronavírus.
Apesar de todas lamentáveis perdas, os países precisam ter mais sensibilidade, acreditar e investir em ciência. Não fosse o empenho vigoroso dos cientistas para produzir em tempo recorde as vacinas, o diretor-geral da OMS não teria condições de prever que o mundo está a poucos passos de cruzar o marco e festejar a vitória contra o vírus que provocou a maior epidemia dos últimos 100 anos.
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