meio ambiente

Artigo: Setor sucroenergético une forças no combate às queimadas

DARIO GAETA - Diretor executivo de operações agroindustriais da Atvos

Durante o inverno, um sinal de alerta se acende no setor sucroenergético. O período, marcado pelo clima mais seco e chuvas escassas, tende a ser um facilitador de uma das maiores causas de destruição ambiental do planeta: os incêndios florestais. Pouca umidade do ar, fuligem voando pelos céus e invadindo tanto o campo quanto os centros urbanos, devastação de fauna e flora de diferentes biomas. Essas são apenas algumas consequências que observamos, muitas vezes, em decorrência da irresponsabilidade do comportamento humano. Afinal, poucos imaginam que uma bituca de cigarro aparentemente inofensiva pode desencadear uma queimada de grandes proporções.

Quando avaliamos o mapa do Brasil, percebemos que os focos de incêndios se concentram, em grande parte, no Centro-Oeste — um polo de grande importância para a indústria da cana-de-açúcar do país. De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), somente nos cinco primeiros meses deste ano, os três estados da região registraram cerca de 10 mil queimadas. Buscando esse mesmo retrato em anos anteriores, felizmente notamos que existe uma tendência de queda no número de ocorrências, que já chegou a alcançar a triste marca de 65 mil registros em 2020. Os números alimentam uma boa perspectiva, porém, o problema ainda inspira a necessidade de ações imediatas e, obviamente, sua manutenção.

Dentro desse panorama, o setor sucroenergético vem unindo forças para prevenir e combater o fogo em suas principais regiões de atuação no país. Além de dedicar frotas de veículos e profissionais treinados e preparados nas comunidades do entorno das unidades agroindustriais para atuar em situações de risco, como brigadistas, bombeiros e socorristas, a indústria também atua fortemente nos Planos de Auxílio Mútuo Emergencial (Pames) — grupos formados por empresas, governo e comunidade para auxiliar de forma integrada no atendimento emergencial a incêndios e queimadas, contribuindo assim com os municípios onde atuam.

Assiste-se, ainda, a uma intensificação, nos últimos anos, nos investimentos em equipamentos com tecnologia de ponta e sistemas inovadores que são fundamentais para prevenir ocorrências de fogo. Alguns exemplos são a implementação de uma colheita 100% mecanizada; o uso de termômetros a laser para medir temperatura das colhedoras, a fim de evitar que qualquer sinal de chama se inicie, e de aparelhos digitais específicos para medir fatores como umidade do ar, temperatura e velocidade do vento, de modo a interromper as atividades nos canaviais diante de condições adversas; além da adoção de rigorosas políticas que proíbem o uso de fogo, sob qualquer hipótese, no campo.

Ainda no aspecto de prevenção, a iniciativa privada se junta às esferas municipal, estadual e federal para disseminar conteúdo informativo sobre o tema para a população, em locais como escolas, hospitais, associações de moradores e outras instituições. Esse trabalho contempla a distribuição de cartilhas, folhetos educativos com os contatos das autoridades competentes, como Defesa Civil (199) e Corpo de Bombeiros (193), e exibição de materiais audiovisuais educativos, reforçando a importância da atitude individual de cada um para contribuir para a segurança das comunidades e a preservação dos ecossistemas onde estão inseridas.

Vale ressaltar que todos esses investimentos e pautas trabalhadas pela maioria das empresas do agronegócio vêm ganhando cada vez mais importância em linha com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) #13 da Organização das Nações Unidas (ONU), que prevê ações contra a mudança global do clima. Além de o combate às queimadas ajudar a preservar os solos, tem forte impacto para reduzir a emissão de gases de efeito estufa na atmosfera, um dos principais agentes causadores do aumento da temperatura no planeta.

Seguimos firmes no nosso propósito e com a esperança de que, até o final de 2022, o número de ocorrências de incêndios continue diminuindo a partir de um maior engajamento por parte de todas as cadeias do agronegócio, do poder público e da população em defesa do meio ambiente.

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