ELEIÇÕES

Análise: Bolsonaro no JN marca o início da campanha para valer

Pode ter certeza que os 40 minutos de entrevista seguirão repercutindo durante toda a semana — afinal, outros três candidatos (Lula, Ciro e Simone Tebet) serão sabatinados pelo telejornal entre hoje e sexta-feira. Vídeos e memes vão circular à exaustão, principalmente, em grupos do WhatsApp e do Telegram

Roberto Fonseca
postado em 23/08/2022 05:52 / atualizado em 23/08/2022 05:53
 (crédito: Marcos Serra Lima / g1)
(crédito: Marcos Serra Lima / g1)

A entrevista do presidente Jair Bolsonaro ao Jornal Nacional, da Rede Globo, marca o início da campanha eleitoral propriamente dita. Como vimos nas redes sociais e nas ruas, trata-se do primeiro grande evento de mobilização tanto de apoiadores quanto de adversários. As redes sociais bombaram, afinal era a oportunidade de falar diretamente à população.

Pode ter certeza que os 40 minutos de entrevista seguirão repercutindo durante toda a semana — afinal, outros três candidatos (Lula, Ciro e Simone Tebet) serão sabatinados pelo telejornal entre hoje e sexta-feira e o confronto de ideias estará presente. Vídeos e memes vão circular à exaustão, principalmente, em grupos do WhatsApp e do Telegram. E as entrevistas ao JN costumam ser históricas. Quem não se lembra da tradicional frase de Eduardo Campos — "Não vamos desistir do Brasil" —, um dia antes do trágico acidente aéreo, em 2014.

A semana também promete novidades eleitorais. A partir de sexta-feira, começa o horário gratuito no rádio e na televisão. De acordo com o calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a propaganda será realizada até 29 de setembro, três dias antes do primeiro turno. Terça, quinta e sábado, os candidatos a presidente e a uma cadeira na Câmara dos Deputados apresentarão as propostas. Os concorrentes a governador, senador e assembleias estaduais — no DF, no caso, a Câmara Legislativa — terão vez às segundas, quartas e sextas.

A movimentação nos órgãos de controle também avança. O PT apresentou denúncia ao Tribunal de Contas da União (TCU) contra o presidente Jair Bolsonaro por suposta campanha eleitoral durante o horário de expediente. As alegações principais são: "afronta ao princípio da moralidade e eficiência, sob os quais ele está submetido em razão do exercício da função pública de presidente da República; e abuso de poder econômico, por usar, em proveito próprio, bens e recursos da administração pública". É um tema bastante polêmico, afinal, além do presidente, governadores também concorrem à reeleição, sem contar os candidatos a cargo no Legislativo. Qualquer decisão a ser tomada terá um efeito cascata.

Outro ponto que merece destaque é a recomendação das promotorias de Justiça Militar do DF ao secretário de Segurança Pública e ao comandante-geral da PM de que seja proibida a participação de praças e oficiais da ativa, que não estejam em serviço, nas manifestações políticas previstas para 7 de setembro. Promotores também querem que todo o efetivo fique de prontidão entre 6 e 8 do mês que vem. O clima de tensão é evidente. Há o temor de confrontos nas ruas e depredação de comércio e órgãos públicos. Sim, a campanha efetivamente começou e o jogo político está apenas no início. Teremos muitas notícias bombásticas até o fim de outubro. A ver.

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