Em uma semana marcada pelo início da campanha e pela posse do ministro Alexandre de Moraes à frente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é preocupante o nível de desinformação que circula nas redes sociais e em grupos do WhatsApp e do Telegram nestes primeiros dias de disputa. Vimos, por exemplo, uma enxurrada de postagens com números trocados de candidatos. O objetivo era um só: confundir o eleitor.
Mas o vídeo com o resultado falso da pesquisa do Ipec, divulgada na segunda-feira pelo Jornal Nacional, é o que mais assusta e mostra o desafio que será combater a informação errada. Primeiro ponto é que não se trata de uma manipulação muito bem elaborada. Pelo contrário, mostra-se de uma edição até certo ponto simples do áudio e do gráfico divulgado, mas é bastante convincente, inclusive é bem parecida a voz da apresentadora Renata Vasconcellos. Confesso que não dá para perceber que se trata de uma mentira deslavada logo de cara — o resultado verdadeiro da pesquisa mostra exatamente o oposto do vídeo fake.
Como ocorrido na eleição presidencial de 2018, está nítido que haverá uma guerrilha digital para disseminação de notícias falsas. E o estrago que elas podem causar é bem difícil de medir. Como cada grupo do WhatsaApp, por exemplo, abriga até 256 pessoas e mesmo com os compartilhamentos limitados, uma mensagem é capaz de atingir milhões de pessoas em questão de minutos. Então, a chance de receber um vídeo, um áudio ou uma montagem de um candidato até mesmo no mais restrito grupo familiar é gigantesca.
Certa feita, apresentei neste espaço as seis regras básicas para desmascarar uma mentira virtual. E nunca é tarde para relembrá-las:
1. Desconfie de títulos bombásticos;
2. Pense antes de clicar;
3. Verifique as fontes;
4. Duvide da falta de referências;
5. Não compartilhe se não tiver certeza;
6. Não se cale, denuncie.
Sabemos que o TSE fechou parcerias com as principais redes sociais para se evitar a disseminação de fake news, mas o desafio é enorme. Os criminosos costumam estar sempre à frente dos investigadores. Tudo indica que desta vez não será diferente.
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