A campanha eleitoral começa efetivamente nesta terça-feira num clima de grande polarização. Chegou a hora de os candidatos que pleiteiam a Presidência da República e cargos no Legislativo apresentarem suas propostas para o Brasil. Nunca se precisou tanto que aqueles que se submeterão ao escrutínio das urnas se engajem em um debate construtivo que priorize as demandas reais da sociedade. Temas como a fome, a miséria, a inovação tecnológica, o crescimento econômico, a estabilidade política e, sobretudo, a democracia, são vitais para que se construa uma nação mais justa. O Brasil está dividido demais.
Não se pode centrar a campanha em ataques aos adversários, na disseminação de fake news, no aprofundamento do fosso que separa ricos e pobres, no enfraquecimento das instituições, na violência. Há pelo menos uma década o Brasil não sabe o que é estabilidade política e econômica. Os sobressaltos são constantes. Não há previsibilidade. A opção daqueles que deveriam dar o exemplo é pelo confronto. Não por acaso, o retrocesso impera. O tecido social está sangrando, a intolerância virou regra, a pobreza se espalha, o capital se acanha e a inflação inferniza os mais vulneráveis.
O debate, é visível, empobreceu. A renovação política não aconteceu. Os velhos caciques permanecem dando as cartas, divididos em polos de acordo com seus interesses. O objetivo não é construir um Brasil melhor, mas garantir nacos do poder. Querem continuar sugando o Estado, enquanto os que mais precisam do setor público são jogados à própria sorte. Para que tudo se mantenha como está, os velhos coronéis, fardados ou não, sancionam arroubos autoritários e uma rede de mentiras. É o vale-tudo por orçamentos secretos e benesses em contracheques mensais de milhões de reais, enquanto miseráveis se engalfinham por restos de comida.
O Brasil necessita de serenidade. Votar é um ato cívico, que permite aos eleitores optarem por aqueles que melhor lhes representam. Escolhas erradas são compreensíveis, mas insistir nos erros custa caro. Por isso, cobrar propostas construtivas dos candidatos é um dever, uma obrigação. Não há mais espaço para se deixar levar por promessas fáceis, por aventureiros, por aqueles que não compartilham do respeito às leis e aos limites da Constituição.
Neste domingo de Dia dos Pais, é um momento oportuno para que o bom senso prevaleça e a solidariedade saia das palavras para as ações. É hora de se repensar que Brasil a maioria da população deseja. Divergências políticas não podem se transformar em violência. Todos têm o direito de ter a própria opinião. A polarização que assusta a todos deve sair de cena, e o entendimento prevalecer. Não será em um ambiente de ódio que o país terá a consciência necessária para definir seu futuro, que, infelizmente, sempre fica para depois.
O Correio, como sempre, dará sua contribuição para que o debate seja construtivo e dentro das regras democráticas. No próximo dia 18, reunirá os principais candidatos ao Governo do Distrito Federal para apresentarem suas propostas. É uma oportunidade para que os eleitores da capital do país possam avaliar aqueles que realmente estão comprometidos com o bem-estar da população e com projetos que levem ao crescimento econômico, a mais empregos, ao aumento da renda, a um sistema de saúde melhor, a uma educação de qualidade, a um quadro de segurança adequado. O DF, como todo o país, sofre com a miséria, o desemprego, a violência, o descaso.
Até agora, tudo o que se viu na pré-campanha foi na direção contrária ao que se espera de um pleito regido pela normalidade. Mas ainda é possível virar esse jogo. Basta que a sociedade repudie os populistas, os aventureiros, os que flertam com autoritarismo e golpe, os que acreditam que o Estado é um puxadinho de seus currais. O Brasil é um país plural, diverso, cheio de oportunidades, repleto de lutadores que dão orgulho a cada esquina. Que a disputa oficial que começa na terça-feira seja no mais alto nível. Certamente, todos serão vitoriosos.
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