» Sr. Redator

Correio Braziliense
postado em 11/08/2022 00:01

Violência

Parabenizando a bem redigida matéria de capa do caderno Brasil do CB da última terça-feira (9/8, pág.6), os leitores conferiram, absortos, a ilustração de mais um trágico fim de linha para um jovem atleta, octacampeão mundial, pleno de Vida, ocorrido em zona nobre de São Paulo. A vítima, o consagrado lutador de jiu-jitsu, Leandro Lo, talvez estivesse no lugar certo, um pacato clube recreativo na região Sul da capital paulistana, porém na hora errada, afinal compartilho da opinião de Uchôa — autor mencionado na supracitada reportagem — quando afirma que "misturar arma, álcool e aglomeração é uma combinação explosiva". Com relação ao quantitativo de casos, sobretudo decorrentes de mau uso de armas de fogo pela Polícia Militar da capital paulista, acredito que urge a adoção de medidas analíticas, pela inteligência da corporação, creio, no sentido de se prevenir a ocorrência desse tipo de crime, além de se redobrar os cuidados com a avaliação e tratamento da Saúde Mental dos policiais eventualmente envolvidos. Cabe observar que se trata apenas da humilde opinião do cidadão universal que abaixo assina.

Nelio Soares Machado,

Asa Norte

Possibilidades

Bolsonaro acusa a chapa de Lula-Alckmin de ser uma aliança Marcola-BeiraMar, Lula acusa Bolsonaro de ser amigo dos milicianos. Para mim, tudo isso faz sentido, só não faz sentido o brasileiro achar que tem que escolher entre um dos dois. Acorda Brasil, existem outras possibilidades.

Iran Nunes,

Jardins Mangueiral

Posse

Erich Fromm (1900-1980) estudou a natureza da posse. Ele descreve que a existência do ter origina-se da propriedade privada. Nesse modo de existência, a única coisa que conta é a apropriação e o direito irrestrito de manter o objeto adquirido. A orientação implica excluir outras pessoas, e só interessa ao indivíduo manter seus bens ou utilizá-los produtivamente. A questão ética fundamental é quanto ao valor da vida humana. Para o capitalismo, em si tem valor zero, a menos que revestida de adereços com valor de mercado e robustecida por bens patrimoniais e financeiros. A poeta Paula Glenadel, em Visto numa panela, critica a cultura da objetificação segundo a qual valemos pelo que portamos e não pelo simples fato de sermos humanos: "E se as pessoas fossem macarrões, penne, por exemplo, onde/elas se juntam ficaria um lado duro, na interface dos dois./Mas quem tem coragem de separar dois penne rodopiando/na água fervente? É preciso não ter pena das coisas" (Quase uma arte, 2005). A sociedade materialista acirrou o conflito entre solidariedade e competitividade, que situa os interesses privados acima dos direitos coletivos. A política também se divorciou da ética. Transformou-se em balcão de negócios. Ética não é questão de moralismo. É questão de princípios e estruturas sociais. Fora disso, o projeto humano pode ser considerado um rotundo fracasso.

Marcos Fabrício L.da Silva,

Asa Norte

Indignação

Indignado e revoltado com tantas decisões absurdas, peço aos juristas que me convençam, qual a necessidade e importância da patética, descabida e medonha audiência de custódia. A iniciativa é mestra em dois pesos e duas medidas. Um motorista irresponsável, no Rio de Janeiro, atropelou e matou um jovem. Refugiou-se no hospital, mas acabou no lugar merecido, na cadeia. Em Brasília, outro maníaco no volante, bêbado, atropelou e matou um trabalhador e deixou outro gravemente ferido e hospitalizado. Acolhido na famigerada audiência de custódia, mãezona dos canalhas e covardes, pagou fiança de 70 mil reais e foi solto. Qual a diferença entre os dois atropelamentos? Um absurdo que o bom senso não pode tolerar nem admitir mais. A meu ver, é uma pouca vergonha. Não demora, a Justiça carioca manda soltar o motorista, a exemplo que fez a justiça de Brasília, com o patife que matou um operário e deixou outro hospitalizado. Quem vai cuidar das famílias das vítimas? Francamente! Tenho ânsia de vômito.

Vicente Limongi Netto,

Lago Norte

Democracia

Palavra usada para granjear simpatia e adesão em qualquer questão é democracia. Tudo é em defesa da democracia ou agressão à democracia. Ela é empregada para dar a impressão de que quem a brande é justiceiro e defensor da coletividade. Entretanto, quem mais fala em democracia são os que agridem a Constituição, os que inventam leis para punir os que têm outras opiniões ou que simplesmente questionam, para prender atrabiliariamente, sem processo formal, os que depredam patrimônio público, os que têm discurso de ódio, os que defendem a morte de todos os do outro lado, os que preferem a penumbra em lugar da transparência. Nenhum deles jamais define democracia. Ela serve de arma para todas as situações, seja de defesa seja de ataque.

Roberto Doglia Azambuja,

Asa Sul

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