CLAUDIA MORGENTAL - Diretora de RH da Medtronic no Brasil
Com a pandemia, todos os setores demandaram dos profissionais a capacidade de tomar decisões rápidas e assertivas. Na área da tecnologia da saúde não foi diferente. Foi um período conturbado, que exigiu uma movimentação e adaptações inesperadas para que as companhias conduzissem os negócios e suas decisões visando o mínimo possível de perdas. E nessa movimentação, RH e gestores se uniram para mitigar riscos, encontrar soluções de apoio a distância e fomento à produtividade, em um contexto de incerteza que ninguém podia controlar.
Aprendemos muito. Encontramos uma fórmula exata? Não. Mas ter profissionais talentosos, com conhecimento em áreas diversas, habilidade de conexão e colaboração, resilientes, capazes de enxergar riscos futuros, nos permitiu enfrentar os desafios de forma bastante assertiva no período. Essa fase nos ajudou a confirmar e reforçar a importância de um ambiente de aprendizado e estrutura de treinamento. Consideramos investimentos em treinamentos buscando diferentes formas e ferramentas. Reforçamos que o desenvolvimento não se restringe ao core do negócio, mas também sobre novas competências e conhecimentos que nos levem para o futuro.
Ao buscarmos profissionais no mercado, também sabemos da importância de contribuir para a formação deles. Num ambiente competitivo, com carência da mão de obra qualificada devido ao rápido avanço das tecnologias e mudanças de exigências, entendemos nosso dever em disseminar conhecimento na área da saúde. Concomitantemente a isso, os profissionais têm cada vez mais condições de escolherem a corporação mais alinhada com os valores que representam.
Nos processos seletivos, é frequente sermos questionados sobre ações sociais, cultura, diversidade, inclusão e carreira. É nosso dever investir em infraestrutura para que eles possam desenvolver as tarefas com total orientação das etapas e se sintam seguros, tendo cada vez mais autonomia. Por isso, contamos com softwares de gestão, de treinamento e planos de carreira individuais (que são customizados considerando as peculiaridades de cada perfil e objetivo).
Conduzir projetos que podem salvar ou melhorar a vida das pessoas tornam o profissionais da saúde extremamente exigentes consigo mesmos. O compromisso com a missão da empresa leva a altos níveis de entrega. Assim, garantir recursos, apoio, segurança e um bom ambiente é fundamental e um compromisso do RH e da liderança para com nossos profissionais da tecnologia da saúde.
Essa movimentação interna gerou um cenário curioso: o interesse dos colaboradores antigos em retornar para a corporação. É uma movimentação recorrente na empresa, e para o RH não há nada mais gratificante do que ver um profissional que passou por outras organizações reconhecer que o atual ambiente corporativo é o mais promissor para o seu desenvolvimento.
Independentemente do setor, cuidar dos nossos profissionais e trazer insights que contribuam para a ascensão de cada um deve ser prioridade. Nesse período de alta das cirurgias eletivas, o mercado busca por colaboradores com uma visão mais holística para acabar com ineficiências e trazer agilidade nos processos que impactem em melhoria hospitalar, sem interferir na qualidade da saúde do paciente.
A era das cirurgias minimamente invasivas, que são mais seguras para o paciente, também vive um boom. Profissionais especializados nessa área se destacarão no setor. Cuidar dos funcionários não é nenhum diferencial, é a obrigação de todas as companhias. No entanto, diante de um setor tão delicado, que lida com a saúde das pessoas, temos que ir além. Amanhã ou depois, a entrega deles pode ser a responsável por salvar a nossa vida ou a daqueles que amamos.