A produtiva e bem-sucedida visita do presidente Biden a Israel, na semana passada, foi emblemática em relação à força e à durabilidade da aliança Israel-EUA. A parceria estratégica entre as duas nações é baseada em uma visão de mundo compartilhada e no respeito aos valores democráticos, bem como na amizade entre nossos países e povos, que já dura décadas. Como articulado pelo presidente Biden durante sua visita, "a conexão entre o povo israelense e o povo americano é profunda".
O próprio presidente Biden nutre uma amizade particularmente calorosa e duradoura com o Estado de Israel ao longo de seus anos de serviço público, talvez mais bem simbolizada por sua declaração assim que desembarcou para a 10ª visita ao país: "Repito, não é preciso ser judeu para ser um sionista", fato evidenciado pela histórica presidência de Oswaldo Aranha, diplomata brasileiro, na Assembleia Geral das Nações Unidas de 1947, na qual ocorreu a votação que decidiu pela partilha que levou à criação do Estado de Israel em 1948.
A assinatura da Declaração Conjunta de Jerusalém de Parceria Estratégica EUA-Israel foi um dos principais destaques da visita do presidente americano. O documento histórico reforçou as bases da relação especial entre Israel e os EUA, reconheceu os valores que os dois países compartilham e abriu o caminho para laços futuros. O primeiro-ministro de Israel, Yair Lapid, e o presidente Biden enfatizaram o compromisso de nunca permitir que o Irã adquira armas nucleares e o vínculo inquebrável entre Israel e os EUA. Além disso, as duas nações se comprometeram a agir com firmeza contra esforços para boicotar ou deslegitimar Israel, negar seu direito à autodefesa ou acusar injustamente o país em qualquer fórum.
Essa visita ajudou a consolidar o compromisso dos Estados Unidos com a segurança de Israel e com a estabilidade regional. Desde que Biden assumiu o cargo de presidente, a amizade entre os dois Estados encontrou expressão através do compromisso tangível do líder americano em manter a vantagem militar qualitativa de Israel. O presidente Biden afirmou inequivocamente que o apoio dos Estados Unidos às capacidades de defesa de Israel é "mais forte do que nunca" e inclui uma "parceria com Israel nos sistemas de defesa mais avançados do mundo, como o Domo de Ferro e o novo sistema de laser de Israel, o Domo de Luz".
Israel é um ator-chave regional, que contribui para a segurança e a estabilidade econômica de toda a região do Oriente Médio e além dela. O presidente Biden saudou as oportunidades econômicas que surgiram recentemente e continuam a fluir a partir dos históricos Acordos de Abraão, mediados pelos EUA, incluindo o desenvolvimento da cooperação econômica regional. A inauguração do Fórum Negev para a cooperação regional entre Israel, Bahrein, Egito, Marrocos, Emirados Árabes Unidos e os EUA representou um marco e um novo agrupamento multilateral inédito no Oriente Médio.
Todos os Estados-membros estão cooperando em algumas das questões mais críticas de hoje, incluindo segurança alimentar e hídrica, energia e saúde. Em Israel, a busca pela resolução dessas questões é constante e tem foco em inovação e sustentabilidade. Na área da agricultura, nosso país foi pioneiro em técnicas inovadoras, como a irrigação de gotejamento —técnica que economiza água e recursos e pode ser encontrada para demonstração na Embaixada de Israel em Brasília.
As oportunidades que os Acordos de Abraão trouxeram também se expandiram para o Sul da Ásia. Os líderes da Índia, de Israel, dos Emirados Árabes Unidos e dos Estados Unidos se reuniram para a primeira reunião de líderes do Grupo I2U2 durante a visita do presidente Biden ao Oriente Médio. A evolução na relação entre Israel e seus vizinhos pode ser vista também no Brasil. Em fevereiro deste ano, os embaixadores de países signatários dos Acordos de Abraão se reuniram para celebrar o primeiro aniversário da sua assinatura. Na ocasião, o embaixador Daniel Zonshine convidou os embaixadores dos Emirados Árabes, Saleh Alsuwaidi, do Bahrein, Bader Abbas Hasan, e do Marrocos, Nabil Adghoghi, para o plantio de oliveiras, símbolo da paz, na Praça de Israel no Jardim Botânico da capital brasileira — em sinal claro da cooperação entre Jerusalém, Rabat, Manama e Abu Dhabi, acolhida por Brasília.
As profundas mudanças que varreram a região permitiram a Israel construir novas conexões e estabelecer laços calorosos com seus vizinhos. Esses movimentos em direção à paz e estabilidade regionais foram possibilitados pela liderança, apoio e cooperação do maior aliado de Israel: os EUA. O histórico voo direto do presidente Biden de Israel para a Arábia Saudita simboliza ainda mais o compromisso dos EUA em expandir o círculo de paz e normalização na região.
Israel e os EUA compartilham uma especial e inabalável amizade, que continua a se fortalecer com o tempo. Nossa parceria possibilita um desenvolvimento contínuo nos campos da segurança, pesquisa e inovação e, consequentemente, a disseminação de nossas descobertas nos EUA e em outros países parceiros. As duas nações e seus povos estão comprometidos em trabalhar juntos não apenas para enfrentar nossos desafios compartilhados, mas também para criar um futuro melhor para todas as nossas crianças.
Daniel Zonshine é embaixador de Israel no Brasil