Depois da imensa alegria que os brasileiros sentirão com o retorno da alma mais honesta deste país, nada melhor do que assistir também ao retorno dos mais eficientes e probos políticos que essa nação teve. Com a reformulação ou a anulação, pura e simples, da antiga e draconiana Lei de Improbidade Administrativa, os brasileiros e, particularmente, os brasilienses podem comemorar agora o retorno de personagens que algumas leis mais radicais recomendavam serem afastados da vida pública.
Com o Poder Executivo e Legislativo, tanto no âmbito federal quanto estaduais, voltando a receber esses homens públicos que foram cassados, sem dó nem piedade, por leis e julgamentos rigorosos, e, diga-se de passagem, levados a cabo pelo injusto clamor popular, o país poderá, enfim, prosseguir com as reformas tão necessárias para o novo tempo que se anuncia.
A começar pela reforma do foro privilegiado, dando ampliação sem limites para essas prerrogativas, livrando os homens públicos das bisbilhotices e interferências da lei. Para tanto, as prerrogativas devem ser estendidas também aos familiares e às pessoas do entorno imediato desses políticos, acabando com essa novela de perseguição aos nossos homens públicos.
Com isso, a leva de políticos, que agora retorna, poderá trabalhar sem os atropelos e longe dos humores ciclotímicos das leis brasileiras. Mesmo a questão de prisão em segunda instância deve ser revista, quiçá tornando impossível que os nossos valorosos políticos, que agora reassumem, sejam molestados legalmente por seus afazeres em favor da nação.
O teto dos gastos públicos, uma medida que colocava freios e limites à ação dos gestores políticos, é outra providência que deve ser imediatamente abolida, deixando que os valorosos homens públicos, que sabem muito bem o destino a ser dado ao dinheiro do pagador de impostos, invistam em projetos que consideram melhor para todos.
Uma outra ação de grande relevância e que traria tranquilidade aos gestores seria tornar a ação desses políticos, durante todo seus mandatos, inimputáveis e fora do alcance das leis ordinárias, para dar maior liberdade de ação a personagens tão significativos para a vida dos brasileiros. Receber esses e outros políticos que foram perseguidos e afastados por uma verdadeira versão brasileira da Lei de Talião é mais do que um dever cívico, é uma obrigação humana.