Gilberto Amaral
Gilberto Amaral foi uma parte de Brasília que desaparece. Ele aqui chegou e foi a expressão da nova sociedade brasiliense que se formava. Ao seu redor se tornou representativa a nova cidade, a cidade dos pioneiros, dos construtores, dos que aqui chegaram e criaram uma terra de esperança e futuro. Gilberto foi um grande jornalista, criou um estilo próprio, ganhou prestígio, teve expressão e liderança no jornalismo social do país. Foi amigo de Presidentes e de todas as lideranças do Distrito Federal, onde sua voz era ouvida e respeitada. Personalidade singular, inteligência rara e grande figura humana. Perco um amigo estreito, um companheiro leal, correto e de virtudes morais e intelectuais invejáveis. Seu desaparecimento é uma grande perda para a sociedade de Brasília e para a vida da cidade. Com sua família, que tanto estimo, Mara, filhos e netos, divido a dor do seu desaparecimento, dela participando com minha saudade, carinho e estima.
José Sarney,
Ex-presidente da República
Cabeça a mil
Eu estou atordoado, a minha cabeça está a mil, eu passo as noites acordado pensando o que será do Brasil. Milhões de brasileiros passando fome, vivendo na pobreza extrema e nenhum dos melhores colocados resolverá esse problema. Veja só o que estão fazendo para garantir a reeleição, parece que todo o Congresso está seguindo o Centrão. Nunca assisti à tanta facilidade para burlar a Constituição, fazem tudo o que é proibido no ano de eleição. É uma farra com o dinheiro público, o Orçamento Secreto, e o povo testemunha tudo isso e não reage, fica quieto. Ah! O que será do nosso Brasil? Se correr o bicho pega se ficar o bicho come. Não tem como ficar tranquilo, essa preocupação me consome. Caros compatriotas, tenhamos compromisso com a nossa nação, o nosso voto é valioso, não podemos trocá-lo por tostão.
Jeovah Ferreira,
Taquari
Lamento
O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, afirmou que a eleição de Lula "será o desastre e a ruína moral da nação e de suas instituições". Não se trata de governo Lula ou de qualquer outro postulante a presidente da República. Hoje, a tragédia moral, social e econômica do país é o atual governo, cujo fim abre a possibilidade de vivermos um novo tempo. Precisamos respirar um ar sem comandos de ódio. Precisamos de um dirigente da nação que tenha políticas voltadas aos interesses do povo brasileiro. Não precisamos de um autocrata grosseiro, que deplora os direitos humanos, ignora os dramas na saúde, destrói o patrimônio ambiental, estimula o belicismo, a violência, o etnocídio. Precisamos de um governo que valorize a educação e a ciência, fundamentais para o desenvolvimento do Brasil. Ministro, a ruína deste país está sendo vivenciada cotidianamente. Depois do regime de exceção, nada foi tão ruim para o país quanto o atual governo, que deixará uma nódoa indelével de retrocessos nos campos social, econômico, de direitos humanos, ambiental. Ao longo da história, os brasileiros cometeram muitos equívocos, mas nada se compara ao das eleições de 2018. O senhor, como militar, com refinada formação para chegar ao um dos postos mais elevados do Exército, conhece em detalhes a história do capitão, que saiu pela porta dos fundos da corporação. O senhor tem noção exata da miséria que assola este país, a começar pela fome de mais de 33 milhões de brasileiros. O senhor não pode ser insensível ao drama social desta nação. Não posso crer que o senhor não fique incomodado ante a degradante situação de milhares de brasileiros que, devido à elevada taxa de desemprego, se tornaram moradores em situação de rua. Recuso-me a supor que um general da sua estirpe aceite e concorde com o atual desmantelo da pátria que jurou defender mesmo que isso lhe custasse a vida. Se a minha descrença é um enorme engano, só resta-me lamentar a sua cumplicidade com o desvario de um ser tão perverso, que se diverte com os atos de humilhação contra o integrantes do escalão a FAs e com submissão deles aos caprichos de um ex-capitão tão pernicioso para o povo brasileiro.
Leonora Lima,
Núcleo Bandeirante
É gozação?
Minha mulher sofreu uma queda doméstica, com forte impacto na cabeça, que felizmente não resultou em maiores danos, segundo os exames de imagem verificados na emergência do hospital que nos atendeu. Entretanto, no fecho da consulta, seguindo uma rotina médica, me deram uma lista de procedimentos que eu deveria observar, no comportamento dela, nas 48 horas seguintes ao acidente, entre os quais acordá-la, no meio da noite, com perguntas simples, para avaliar o estado da consciência dela, ao respondê-las. Havia muitos exemplos desses questionamentos, mas na hora "h" eu os resumi em apenas três: — Quem é você? (Ela replicou na ponta da língua); — Quem sou eu? (Mesma coisa); — Quem é Bolsonaro? (O salvador do Brasil!). Eu reagi: — Parabéns, você está no mundo real, não houve sequelas, do tombo que você levou!
Lauro A. C. Pinheiro,
Asa Sul