Ayla Luciene tinha apenas 5 anos. O irmão dela, Luiz Otávio, era só um pouco mais velho, estava com 7. Dentro de casa, eles foram alcançados pelo mal. Uma personificação do que há de mais perverso, repugnante e desprezível, uma escória da raça humana se aproveitou da ausência da mãe deles, que estava no trabalho, invadiu a residência e os assassinou barbaramente, com golpes de faca na garganta.
Somente tentar imaginar o terror sofrido por essas crianças já provoca um gelo na alma. Totalmente indefesas, ficaram à mercê do covarde. Pense no desespero delas, sem ter a quem pedir ajuda; a dor e a morte pavorosa. É impossível não chorar ante um caso atroz assim, é um horror de desolar o coração.
O crime teve mais capítulos horripilantes. A própria mãe encontrou o corpo do filho. Desesperada, procurou pela caçula. Vizinhos contaram que viram um homem saindo da casa com um saco na mão. A polícia, com uma equipe de buscas, encontrou o corpo da garotinha numa mata próxima à residência. Ela tinha sido estuprada. Que sofrimento incomensurável está passando essa mãe, que Deus console o coração dela.
Ayla e Luiz Otávio são mais duas vítimas na rotina hedionda deste país de destruição de vidas inocentes e indefesas. Uma violência avassaladora contra crianças e adolescentes, para a qual não há um combate efetivo, um enfrentamento rigoroso. Só passamos da comoção ao silêncio.
O canalha, vil, sórdido, que destruiu essa família de Bonópolis (GO), morreu numa troca de tiros com a polícia. Uma tia das crianças disse que o infame pagou por tudo o que fez. Penso que ele deveria ter sobrevivido para ser punido ainda nesta Terra. Mas, como a nossa legislação "penal" é repleta de benesses para bandidos — inclusive os mais abjetos —, o assassino logo estaria de volta às ruas, livre para perpetrar mais atrocidades. Então, já que foi escorraçado desta vida, espero que, na outra, aí sim, ele receba em abundância o que merece.