Gota d'água
Na guerra, o pior do homem se revela. Na paz, o melhor da humanidade se faz presente. A sugestão de uma guerra prolongada apenas faz crescer a convicção de que o planeta é um lugar bastante pior hoje. Estamos ainda muito distantes do mundo de paz. Em 2020, os Estados Unidos gastaram US$ 738 bilhões em armamentos. Bastariam dois terços disso para erradicar a fome no mundo. Detalhe importante: os Estados Unidos estão envolvidos em todos os conflitos bélicos que ocorrem no planeta e mantêm bases militares em inúmeros países. Neste tempo-espaço de aceleração de processos transformacionais, locais e globais, a violência pode ser considerada um sintoma, estridente e doloroso, advindo de uma ignorância existencial e de uma perda da consciência de comunhão. A violência brota de um tipo de alienação normótica, que o psicólogo francês Pierre Weil (1924-2008) denomina de fantasia da separatividade. A humanidade caminha sobre o fio da navalha. Como canta Chico Buarque, qualquer desavença entre nações "pode ser a gota d'água". Sonho com um futuro em que armas e munições serão peças de museu. Como gravado em um muro de Paris, em 1968: "sejamos razoáveis, peçamos o impossível". Imaginem se esses gastos excessivos fossem destinados à alimentação, saúde e educação da humanidade? "Uma coisa devo dizer que não acabará nunca: é o amor do homem pela sua liberdade. Quando menos se espera, a flama reacende e as tiranias, aparentemente mais sólidas, vêm abaixo" - disse o professor Austregésilo de Athayde (1898-1993), em Vana Verba: conversas na Barbearia Sol (1971).
Marcos Fabrício Lopes da Silva,
Asa Norte
Essência humana
"Quando dou comida aos pobres chamam-me de santo. Quando pergunto por que eles são pobres chamam-me de comunista." (Dom Hélder Câmara). Aproveitando que nos aproximamos das eleições, quero deixar esse recado pelas palavras do nosso saudoso Dom Hélder Câmara. Veja se o/a candidato/a realmente defende e luta pelos pobres ou se o mesmo se utiliza dos pobres para enriquecer-se.
José Ribamar Pinheiro Filho,
Asa Norte
PEC da Bondade
Nunca houve um movimento com tanta unicidade. Ninguém, em sã consciência, a rejeitaria. Ela, a PEC, é plena de justiça e bondade. Tanto o Senado quanto a Câmara estão sendo uníssonos em seu apoio. Oposição e governo se mostraram favoráveis à aprovação da emenda à Constituição. É claro que fica um pequeno ranço por ser uma providência, em certo grau, eleitoreira por parte do governo. Uma pergunta: o que pensa o ministro Paulo Guedes com relação ao ajuste fiscal? O teto de gastos, ou o ajuste fiscal, foi por água abaixo. É aquele negócio: depois se cuida dessa questão. O deficit vai acumulando.
Enedino Corrêa da Silva,
Asa Sul
2 de Julho
A comemoração do 2 de Julho, em Salvador, a capital mais petista do Brasil, criou uma oportunidade para comparação entre a realidade e a ficção. O confronto entre a quantidade de pessoas que se reuniram no Farol da Barra, no trajeto da motociata e na concentração final, em apoio a Bolsonaro, com menos de três mil pessoas, transportadas em ônibus e com a promessa de distribuição de cestas básicas, que apoiavam Lula no estacionamento da Arena Fonte Nova, é convincente. Ao mesmo tempo, um instituto divulgava sua pesquisa dando 43% de preferência para Lula, e 30% para Bolsonaro. A diferença entre esses números e a realidade, que esteve diante dos olhos de todos são impactantes. Não há fé que consiga fazer alguém, em equilíbrio mental, acreditar nesse resultado. Aparentemente, os institutos, que criam esses números, esperam que as urnas os confirmem. Se assim ocorrer, quem vai convencer os eleitores a aceitar tão gritante incoerência entre o que veem e o que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) lhes apresentar?
Roberto Doglia Azambuja,
Asa Sul
Racionalidade
Apesar de todos os contenciosos jurídico-administrativo e o que mais existir, não seria mais racional, econômico, oportuno e proveitoso no interesse dos alunos residentes nas cidades de Ceilândia, Samambaia, Taguatinga, Estrutural, Guará I e II, Núcleo Bandeirante, Gama, Brazlândia e Águas Lindas (GO), habitadas por mais de dois milhões de pessoas, instalar a recém-criada Universidade do Distrito Federal no abandonado e desprezado Centro Administrativo, chamado de Buritinga, servido por dezenas de linhas regulares de ônibus e, pelo metrô que tem uma estação na sua porta? Com a palavra os senhores e senhoras representantes do Distrito Federal nas Câmara Legislativa do DF, Câmara dos Deputados e Senado Federal, os quais estarei, ansiosamente, aguardando a visita à minha residência pedindo o meu voto e de meus familiares na eleição que se aproxima.
Gilvan da Silva Gadelha,
Ceilândia