Uma boa notícia na área de educação foi divulgada na última semana. Entre as 10 melhores universidades da América Latina, sete são brasileiras. A informação foi publicada na revista inglesa Times Higher Education, referência no ensino superior. O ranking mostra que três instituições estão em São Paulo, uma no Rio de Grande do Sul, uma em Minas Gerais, uma no Rio e uma em Santa Catarina. A Universidade de São Paulo (USP) aparece em segundo lugar, Universidade de Campinas (Unicamp), em terceiro, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em quarto, e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em quinto lugar. Participaram do levantamento 197 universidades de 13 países. Ao todo, a lista é composta de 72 universidades brasileiras, seguidas pelo Chile, com 30; Colômbia, com 29; e México, com 26.
Embora o Brasil tenha o melhor desempenho total, o Chile detém, pelo terceiro ano consecutivo, a liderança no quesito geral. Alguns fatores fazem com que a Universidade Católica do Chile (UCC) tenha um desempenho bastante positivo ao longo dos anos. Sua ascensão pode ser explicada por determinados aspectos — a exemplo do bom nível de proficiência em inglês e da cultura bilíngue exigida na pós-graduação —, além do aumento da produtividade de discentes e docentes, e o estímulo à divulgação científica.
Cerca de 90% das publicações da instituição são no idioma inglês, além de parte das aulas de pós-graduação e de encontros de autoridades que não falam o espanhol. No vestibular, os candidatos que não tiveram nota mínima no idioma são obrigados a fazer um curso gratuito assim que iniciam os estudos na instituição.
Há ainda uma curiosidade. A católica chilena não é exatamente uma universidade privada. Naquele país, existe uma terceira modalidade educacional, além das públicas e privadas. A UCC é comunitária. Ainda que seja particular e possa cobrar mensalidade de seus alunos, ela não tem fins lucrativos, portanto, recebe recursos do governo federal para sua manutenção. Isso sem falar no corpo extremamente qualificado de docentes e no setor de pesquisas, altamente diversificado.
Em terras brasileiras, nem tudo são flores. Uma semana antes da publicação sobre o bom ranqueamento das universidades brasileiras, os institutos federais receberam a notícia de um corte de 12% no orçamento da educação para 2023. Os cortes afetam as instituições públicas, no que se refere ao pagamento de contratos de luz e água, passando por programas de bolsas de estudo e equipamentos para laboratórios.
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais (Andifes), inclusive, estima que as verbas destinadas ao custeio do setor sejam reduzidas em R$ 600 milhões — caindo para R$ 4,7 bilhões se comparado a 2021. E sem considerar a alta dos preços dos combustíveis, energia, alimentação etc. A expectativa fica por conta do Projeto de Lei Orçamentária de 2023 (PLOA), que prevê um aumento do piso constitucional para o investimento na educação — com base na correção do IPCA para 2023. Enquanto isso, ainda há esperança.
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