Quem tem acompanhado de perto a venda de terras para estrangeiros diz que há, nessas negociações, o perigo de aumentar o Custo Brasil, por meio da formação de verdadeiros oligopólios no setor. Para um país que insiste, a todo o custo, em ser o maior produtor de alimentos do mundo, a terra representa o maior insumo do setor agropecuário e deve, portanto, ficar à disposição das forças produtoras internas, até como reserva de áreas e garantia de preço dessas terras.
Dados de dois ou três anos atrás, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), apesar de bastante subestimados, revelavam que os estrangeiros têm mais de 4 milhões de hectares no Brasil. Há uma verdadeira confusão nos números e extensão real dessas propriedades, sendo que uma parte delas, sequer consta nos arquivos oficiais.
Estados Unidos, China, Malásia e Europa estão de olho na compra de mais terras e aguardam a modificação nas leis para adquirirem mais de 5 mil hectares no Centro-Oeste, na região Norte e no Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). O lobby desses compradores é poderoso e envolve muita pressão e dinheiro. Trata-se, como não poderia deixar de ser, de um problema de segurança e soberania nacionais, tão ou mais delicado do que aquele representado pela guerrilha urbana e rural nos anos 1960 e que levaram os militares ao poder.
O agrobusiness, cujo os capitais são formados em dólar, torce para que as vendas ocorram sem atropelos e o mais rapidamente possível. Pesquisa realizada entre os brasileiros deixou claro que mais de 80% dos ouvidos, reprovam a ideia de venda de terras para estrangeiros. O povo sabe onde mora o perigo e não quer correr o risco de perder até a terra sob seus pés para os imigrantes. Mesmo o atual presidente já se posicionou contra a venda de terras: "Não podemos permitir que o Brasil seja comprado".
Trata-se de uma discussão que está longe de ser unanimidade, podendo, inclusive criar conflitos rurais desnecessários e sangrentos, para as populações atingidas por essas medidas, o que pode incrementar também as invasões de terras por grupos de esquerda, em nome de ideologias também perigosas. O que não se pode é transformar um assunto dessa seriedade em negociações do tipo política, fechada em conchavos de gabinetes, sem a fiscalização da sociedade.
O futuro do país e da nação poderá ser comprometido se essa questão não caminhar em favor dos brasileiros, uma vez que é sabido que, num mundo superpopuloso e com escassez cada vez maior de terras agricultáveis e de recursos naturais, os alimentos valerão mais do que ouro, representando uma questão de vida ou de morte para todos.
» A frase que foi pronunciada
"Uma nação que destrói seus solos destrói a si mesma. As florestas são os pulmões da nossa terra, purificando o ar e dando nova força ao nosso povo."
Franklin D. Roosevelt
Incentivo
Servidores do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) recebem gratificação de titulação, por emenda apresentada pelo deputado Roosevelt Vilela ao projeto de autoria de Agaciel Maia e Rafael Prudente. "A proposição original promove uma correção na lei, que foi votada sem os percentuais relativos a cada grau de titulação." O PL estabelece 15% para graduação ou segunda graduação; 25% para especialização; 35%, mestrado, e 40%, doutorado.
História
Aos poucos, vai se instituindo em Brasília o turismo educacional, em que escolas visitam a capital para conhecer a história. Desta vez, são estudantes do Espírito Santo que participam do programa. Na capital, mais de 500 alunos da rede pública de ensino participaram do tour.
Campanha
Faz muita falta uma ação educativa para os motoqueiros de entrega. São audaciosos, irresponsáveis e seguros de que nunca serão punidos. Desde entrar na contramão das entrequadras para não fazer a tesourinha até usar as calçadas para encurtar o caminho.
Sucesso
Continuam um sucesso os restaurantes comunitários. Com a alimentação balanceada, suco e sobremesa, as pessoas são fidelizadas.
» História de Brasília
Noventa e dois por cento das chamadas telefônicas de ontem em Brasília foram feitas por mulheres, e a conversa mais comum era a indagação de que roupa iria vestir para ir ao baile. Tratava-se do Baile da Cidade, e a estatística foi feita através de enquete com pessoas sobre "como foi utilizado ontem seu telefone". (Publicada em 2/3/1962)
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