Gilberto Gil Passos Moreira comemorou os 80 anos ao lado da família. Nada mais natural. Só que a celebração ocorreu na Alemanha, onde deu início à excursão, que o levará, até o final de julho, a Dinamarca, Eslovênia, França, Suíça, Bélgica, Itália e Inglaterra. Não por acaso, o nome da turnê é Nós, a Gente, na qual ele tem a companhia de 20 pessoas, entre mulher, filhos, netos e bisneta. Sete sobem ao palco com o patriarca.
No retorno ao Brasil, o cantor e compositor baiano retomará o Gil in Concert, recital de voz e violão que o trará a Brasília em 23 de setembro, para apresentação no auditório master do Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
A relação artística do eterno tropicalista com a capital é antiga. Vem aqui desde 1975, quando fez o histórico espetáculo Refazenda, no ginásio de esportes do Colégio Marista, na 609 Sul. Desde então tenho acompanhado essa trajetória de perto, ouvindo discos, entrevistando-o, escrevendo textos e, claro, assistindo a shows.
Essas situações ocorreram em diferentes momentos e locais — desde o São João ao Vivo, na Concha Acústica, aqui na cidade, até no Metropolitan (Rio de Janeiro), quando de apresentação ao lado de Stevie Wonder. Ele sempre foi muito receptivo e atencioso, inclusive durante o exercício do cargo de ministro da Cultura, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Com impressionante vitalidade, Gilberto Gil chega aos 80 anos participando de diversas atividades. Além de cumprir extensa agenda de shows, tomou assento na Academia Brasileira de Letras, esteve no relançamento do livro Todas as letras — no qual faz comentários sobre seus escritos — que teve organização do poeta Carlos Rennó.
Mais recentemente contribuiu com a montagem de O Ritmo de Gil. Trata-se de um museu virtual com a obra completa, em três línguas. Esse precioso legado de um dos nossos mais importantes intelectuais, disponibilizado pelo Google nas plataformas digitais, agora é objeto de deleite para os amantes da cultura brasileira — tão vilipendiada por quem está no comando do país.