» Sr. Redator

Genivaldo

Corajoso e necessário o artigo Somos todos Genivaldo. Só esperamos que os criminosos sejam punidos exemplarmente, já que o Genivaldo não volta mais. Muito triste e chocante e muito adequada a sua comparação às câmaras de gás nazistas. Sei que isso chocará muita gente, mas nosso país precisa mesmo de um tratamento de choque, ante tremenda barbárie.

Humberto Pellizzaro

Asa Norte

Realce

O governo atual, infelizmente, investe suas forças em valores autoritários, discriminatórios e intolerantes. É evidente o desprezo oficial por nossa diversidade cultural, em especial pelas contribuições culturais africana e indígena. Contra as cinzas da barbárie, Realce (1979): "Não se incomode/O que a gente pode, pode/O que a gente não pode, explodirá/A força é bruta/E a fonte da força é neutra/E de repente a gente poderá/Realce, realce/Quanto mais purpurina, melhor/Realce, realce/Com a cor do veludo/Com amor, com tudo/De real teor de beleza". Autor da pérola musical em questão, Gilberto Gil representa um Brasil cintilante que vai na contramão de uma cultura pasteurizada que condena o país a exportador de commodites, predador do meio ambiente e consumidor de quinquilharias do entretenimento globalizado. Não à toa, o processo de luminosidade dos movimentos culturais possui uma importância primordial, como também ressalta o historiador Micael Herschmann, em Comunicação, cultura e consumo: a (des)construção do espetáculo contemporâneo (2005): "A sociedade contemporânea, portanto, caracteriza-se por sua teatralização, pelo investimento na construção de 'superfícies densas'. Hoje, diferente do passado, não basta ao indivíduo 'ser', 'acreditar numa causa' ou se 'identificar com algum projeto', é preciso obter visibilidade e espetacularizar-se (isto é, 'parecer ser'), de modo que seja possível se posicionar social e politicamente, construindo sentidos no cotidiano".

Marcos Fabrício Lopes da Silva,

Asa Norte

Sabedoria

A sabedoria política diz que o eleitor sai de casa no dia da eleição não principalmente para eleger alguém, mas para derrotar. Se não dá para generalizar de modo absoluto, a coisa tem algum fundamento. Colhe o sucesso na urna quem, além de despertar amor nos seus, sabe alimentar o ódio ao adversário. Daí que os apelos por uma política sem ódio acabem caindo no vazio, explícita ou implicitamente. Coisa de gente ingênua, ou esperta demais. De vez em quando aparece um candidato "paz e amor", como Luiz Inácio Lula da Silva em 2002. Cuidado, porém: mesmo o postulante que não odeia explicitamente precisa que alguém, ou muitos, odeiem por ele. Lula colheu o fruto eleitoral de anos de ataques do PT ao tucanismo de Fernando Henrique Cardoso, hoje exala ódio polarizado ao presidente Jair Bolsonaro. A política dita "civilizada" não elimina o ódio de raízes ancestrais e costumeiramente de características tribais. Apenas dá um jeito de as disputas serem resolvidas sem (muito) sangue. Aí diz-se que "as instituições estão funcionando". A realidade política do momento é outro, a sociedade está mais vigilante nas redes sociais, lorotas e falsas promessas não vingam mais, discursos utópicos serão insurdecidos pelo povo. O eleitor poderá fazer o seu sufrágio por meio do voto e sedimentar que o bom estado de direito tem a qualidade de forçar esse equilíbrio político, para o bem do Brasil. São inteligentes as vozes que pedem frieza diante da natural radicalização.

Renato Mendes Prestes,

Águas Claras

Hmib/Cras

O governo Ibaneis Rocha tem que tomar uma providência urgente para melhorar o Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) e o Centro de Referência de Assistência Social (Cras). Ambos estão em situação crítica. As crianças doentes, com febre e acometidos de outros sintomas, não são atendidas por falta de médicos e outros funcionários e até acomodação. As reclamações partem de todos os lados. As mais intensas vêm da Ceilândia, Santa Maria e Samambaia. Já o Cras é outro setor do DF, cujas reclamações causam tristeza: são pessoas necessitadas dormindo nas filas em busca de uma senha, das 40 distribuídas no início do dia; enquanto isso os três empresários mais ricos de Brasília fingem que tudo está às mil maravilhas. E tudo cai nas costas do governo: epílogo. A felicidade e o bem-estar só se completam com a doação do muito que se tem com um pouco aos que nada têm.

José Lineu de Freitas,

Asa Sul