As mais recentes pesquisas de intenção de voto praticamente cravam o tema que vai decidir a próxima eleição presidencial: a economia do país. Veja, por exemplo, o levantamento feito pela Quaest Consultoria e Pesquisa, contratado pela Genial Investimento e divulgado na quarta-feira. Para 56% dos 2 mil entrevistados face a face, a situação econômica influencia muito na hora de decidir o voto. Ou seja, se projetarmos em cima do eleitorado, são mais de 60 milhões de pessoas que vão escolher o candidato levando isso em conta.
A mesma pesquisa também traz outro dado interessante: sobre quem é o responsável pelo aumento dos preços dos combustíveis. E o presidente Jair Bolsonaro foi o mais citado, com 28%, quatro pontos percentuais acima do registrado em abril. Na sequência, como o principal vilão para alta da gasolina e diesel, aparecem Petrobras (16%), governadores (14%), guerra entre Rússia e Ucrânia (11%) e alta do dólar (9%). Sabemos que as pesquisas de opinião vivem uma onda de demonização nas redes sociais, mas elas seguem como termômetro para ações e discursos de candidatos e governantes. Não se enganem.
Um exemplo disso é a intensificação da ofensiva de Bolsonaro para segurar a alta dos combustíveis. Nesta semana, o presidente apresentou uma proposta de emenda à Constituição para compensar os estados na redução do ICMS. Como contrapartida, o governo exige que as unidades da Federação derrubem a zero a alíquota sobre diesel e gás de cozinha. Como não podia deixar de ser, a PEC entrou no meio da discussão eleitoral, sendo atacada por adversários, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e governadores.
À alta dos combustíveis, some-se o impacto da inflação, que perdeu força em maio, mas continua na casa de dois dígitos no acumulado em 12 meses, segundo o IBGE. Desde setembro, o IPCA está acima de 10%, bem acima da meta proposta pelo governo. Transporte e vestuário contribuíram decisivamente para que o índice fechasse em 0,47% em maio, abaixo dos 0,6% previstos pelo mercado. Para nós, brasilienses, um certo alívio: a carestia aqui ficou em 0,31%, abaixo da média nacional.
Assim, é sempre importante lembrar de uma frase. Ela é, inclusive, bem batida no marketing eleitoral. Trata-se de "É a economia, estúpido!", proferida em 1992 pelo economista e marqueteiro James Carville, um dos principais responsáveis pela vitória de Bill Clinton contra George Bush, e que resume muito bem o que o americano leva em conta na hora de votar. Três décadas depois, segue atual. E será isso que o brasileiro vai levar em conta na hora de digitar na urna o número do presidenciável escolhido. Pode ter certeza.
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