» Sr. Redator

Correio Braziliense
postado em 09/06/2022 00:01

Itamarary

Com elegância, o ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto Franco França, publicou artigo no Correio (8/6), com informações que reparam equívocos recorrentes a respeito da origem da sede diplomática em Brasília. Jornalistas que acompanharam a construção do palácio testemunharam o rigor estético e histórico com que o embaixador Wladimir Murtinho assumiu a missão de construir e aparelhar a casa como autêntica representação das artes brasileiras e suas possibilidades, o que se traduzia desde os assoalhos com tábua corrida ao tecido que cobre as paredes que acolhem exemplares da melhor e mais moderna arte brasileira. Nenhuma peça passava ao patrimônio sem a seleção fria, fina e apurada de Murtinho com sua ampla formação cultural. Ao jornal cabe assimilar — e generalizar — a razão histórica do batismo da casa simplesmente como Palácio Itamaraty.

A.C. Scartezini,

Lago Sul

Energia

O Brasil, ao possuir uma das melhores matrizes energéticas do planeta, apresenta algo fantástico. É um motivo de satisfação para o povo brasileiro ter esse conhecimento. Isso se deve aos vastos recursos naturais, como a água nas hidroelétricas, o vento nas eólicas, o sol nas solares. Países adiantados como a Alemanha, dependem do carvão para suprir suas necessidades energéticas. Sabe-se que é poluidora. Contudo, nem tudo são flores, porque surge o caso do suprimento de gás, com a centralização exagerada das usinas no estado do Rio de Janeiro. Estas deveriam estar localizadas em pontos estratégicos, para melhor distribuição. A situação, como se vê, é boa e tende melhorar ao longo do tempo.

Enedino Corrêa da Silva,

Asa Sul

Educação inclusiva

Como observou Paulo Freire (1921-1997): "Ninguém nasce feito. Vamos nos fazendo aos poucos, na prática social de que tomamos parte" (Política e Educação, 1990). O padrão não educa. Serve como delicioso argumento o poema O impossível acontece, de Affonso Romano de Sant'Anna: "O Messias nasceu de uma virgem./O grande pensador grego nunca escreveu um livro./A nona sinfonia é fruto de um homem surdo./Na Biblioteca de Babel o leitor era um poeta cego./E não tinha mãos o homem que fez as mais belas esculturas do meu país". Mais do que homo faber, ser fazedor, o homem é um ser formador. Ele é capaz de estabelecer relacionamentos entre os múltiplos eventos que ocorrem ao redor e dentro dele. Nós nos movemos entre formas. A educação inclusiva já entrou para a história só pelo fato de derrubar a impostura da educação exclusiva e reconhecer o cultivo da diversidade individual e social. Ocorre que ainda presencia-se no Brasil, diariamente, situações em que a dignidade da pessoa humana é malferida pela violência direta, pelo preconceito, pela discriminação e pela falta de oportunidade para sociabilidade. Não à toa, a solidariedade é o princípio fundamental das escolas inclusivas. Com status de direito fundamental, a educação torna-se base para a participação ativa na vida social, ao mesmo tempo em que é fundamento para a aquisição e o crescimento da cidadania. Não basta que se declare o direito à educação, são necessários meios práticos para sua efetivação. É necessário que continuemos lutando para que as pessoas tenham não apenas o direito à vida, mas também à vida digna.

Marcos Fabrício L. da Silva,

Asa Norte

Viagem ao espaço

Viagem "surreal e emocionante", comemorou o brasileiro que foi ao espaço dentro do foguete. A novidade ficou por conta do foguete. Porque diariamente o brasileiro sofre e é enganado. Vai e volta do espaço. Sem dó nem piedade. Encara viagens amargas e desalentadoras. Vai ao espaço com o cheque especial; vai para o espaço em busca de emprego e de comida; vai ao espaço vítima de golpistas; vai ao espaço atrás de cobertores para não morrer de frio; vai ao espaço sofrendo nos hospitais, vendo os filhos com fome; vai ao espaço com as prestações que os cretinos aumentam sem avisar. Vai ao espaço acreditando em políticos inescrupulosos.

Vicente Limongi Netto,

Lago Norte

Alta Corte

Já se diz por aí que a mais alta Corte do país deveria trocar de nome e passar a chamar-se Soberba do Tribunal Federal. A soberba seria até bem-vinda se pretendesse definir a casa como um tribunal sobranceiro, elevado, mas, neste caso, refere-se mesmo à arrogância e à presunção com que alguns ministros começaram a afundar ainda mais a imagem pública do Supremo Tribunal Federal (STF), com suas decisões arbitrárias e inconstitucionais. Nos bastidores do STF, as medidas esdrúxulas têm sido justificadas em voz baixa, sob a alegação de que os inquéritos abertos para investigar fakes, manifestações falsas, caluniosas, difamantes e injuriantes contra o tribunal estaria se aproximando de revelações explosivas. Essa investigação ganhou reservadamente o apelido de "inquérito do fim do mundo", diante da disposição daquela Suprema Corte de investigar tudo e todos, de cidadãos comuns, a políticos, a procuradores, passando por servidores graduados da administração federal. O STF deve ter limites!

Renato Mendes Prestes,

Águas Claras

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags