» Sr. Redator

Correio Braziliense
postado em 13/05/2022 00:01

Nova epidemia

Retorno da inflação, carestia em níveis inimagináveis, preço dos combustíveis na estratosfera, desemprego, miséria, crescimento de famílias em situação de rua, violência, desmatamento estimulado, genocídio de povos indígenas, fake news, processos bloqueados por remanejamentos na Polícia Federal, afrontas ao Supremo Tribunal Federal, dinheiro fácil para os corruptos do Centrão e, o pior, armação para novo golpe militar. A lista com as digitais de Bolsonaro. Até quem não tem visão consegue enxergar sucessão de mazelas e coisas ruins produzidas pelo capitão expulso das Forças Armadas, que planejava ações terroristas para elevar os salários dos militares. E não que ainda há muitos otários querendo que o sujeito se mantenha no comando do país? Sinal de que a insanidade mental é a nova epidemia que afeta pelo menos 20% dos eleitores brasileiros.

João Ariel Lima,

Sobradinho

Havelange

Dois assuntos: 1) Um feliz brasileiro foi contemplado com viagem espacial. A Nasa garante que a próxima viagem que, geralmente, dura anos para pesquisar a existência de novos planetas, levará a dupla de ilustres brasileiros que polariza as eleições presidenciais. A partida foi marcada para antes de outubro. Os deuses do espaço e os cientistas agradecem; 2) Domingo passado, Dia das Mães, o brasileiro João Havelange completaria 106 anos de idade. Durante 26 anos, presidiu a Fifa. Modernizou e tornou milionária a entidade. Quando deixou o cargo, a Fifa tinha mais países filiados do que a ONU. Havelange abriu a Copa do Mundo para países africanos. Como presidente da então CBD, hoje CBF, conquistou três títulos mundiais para o Brasil. Dedicou a vida ao futebol. Por tudo que realizou pelo desenvolvimento do futebol brasileiro e mundial, Havelange jamais pode deixar de ser admirado e respeitado por torcedores, dirigentes e atletas.

Vicente Limongi Netto,

Lago Norte

Bruno Giorgi

Assinada pelo escultor Bruno Giorgi, que a concebeu em 1959, a famosa escultura, em bronze, intitulada Os Candangos (Os Guerreiros) foi erguida no coração da capital federal e, atualmente, jaz, imponente, sobre o horizonte da Praça dos Três Poderes, em Brasilia-DF. Da atenta observação, depreende-se se tratar de dois guardiões, possivelmente "Dragões da Independência", sendo que o da esquerda lança seu olhar, frontal e monocular, na direção da rampa do Palácio do Planalto, símbolo maior do Executivo local. Na perspectiva oposta, o mesmo combatente é, aparentemente, observado pelo ícone do Judiciário Federal, o STF, que detém a competência regimental de exercer a salvaguarda constitucional da Carta Magna brasileira, promulgada em 1988. Do alto colossal de seus oito metros, o outro soldado, situado logo à direita do primeiro, em ângulo oposto, divisa a Esplanada, em patamar superior, vislumbrando, mais especificamente, o Ministério da Justiça, responsável pela fiscalização do cumprimento das leis federais. A sede do Legislativo — o Congresso Nacional, com suas duas Casas Legislativas: maior e menor, respectivamente Câmara e Senado — curiosamente, parece ignorado pelos atentos sentinelas, que, apesar de inertes, sésseis ao duro substrate de concreto, montam guarda diuturna sobre o extenso e imanente quadrado. Analogamente ao Antigo Egito, cuja civilização se formou entre 13 mil e 10 mil anos antes de Cristo, a majestosa capital do Brasil, vista a partir da Praça dos Três Poderes, remonta às regiões territoriais egípcias, estabelecidas ao longo do trajeto do Rio Nilo, simbologia da fertilidade naquele país oriental: o Baixo e o Alto Egito. Diferenças estruturais à parte, relacionadas, sobretudo, à espiritualidade, geografia e política, o ponto de convergência, certamente, repousa no misticismo que envolve tanto o mágico Egito, dos faraós, escribas e trabalhadores "(i)mortais", bem como a monumental "capital da esperança", projetada por Costa e Niemeyer e consolidada, há pouco mais de 62 anos, pelo então líder da nação, JK. Diante do exposto, é provável que o enigma da "esfinge" do Congresso seja o seguinte: teria partido a inspiração do criador de Brasília do "sonho" de Dom Bosco, ou teria se originado durante suposta visita do ex-presidente, ou mesmo por intermédio da leitura de uma bem ilustrada obra escrita acerca do magnífico Egito?

Nelio S. Machado, Asa Norte

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