Dopping eletrônico
Peguei um livro na estante para ler. De passagem pela sala, a tevê estava sintonizada em um programa de canal fechado abordando a invasão russa na Ucrânia. Parei em pé. Tive minha atenção detida. As análises sobre a guerra estavam interessantes. Sem perceber, me sentei no sofá com o livro preso à mão. As argumentações dos analistas pela expectativa de guerra nuclear me deixaram interessado. Tanto é que repousei o livro na mesa de centro. O programa terminou e o canal engatou um documentário sobre ecologia e economia. De relance, olhei o livro como que me implorando para abri-lo. As imagens de florestas em ângulos espetaculares me seduziram mais do que o papel industrializado no formato daquele livro abandonado à minha frente. Mais uma vez o programa terminou. Dei-me conta que estava preso em estado de letargia com o sai e entra de programas, documentários, shows, entrevistas, anúncios. Alertei-me. Já era tarde. Hora de dormir. O livro ficou lá, sozinho na sala. Percebi o porquê, geralmente, muita gente fica conectado de forma ininterrupta com o celular. A sedução de links para imagens, sons, cores, mensagens, apelos, lazer, superficialidades, trabalho, nos deixam dopados. Não estou falando nada de novidade. É preciso ser seletivo, objetivo, do contrário, nos tornamos, acredito, viciados como se fosse uma droga. Se temos tanto tempo para dedicarmos à extensa variação de conteúdo do mundo digital, por que não fazermos pausas para desintoxicarmos lendo livros, livros e livros? Ah, no dia seguinte peguei o livro e li de uma tacada só Crônicas do Espírito Santo, de Rubem Braga.
Eduardo Pereira,
Jardim Botânico
Dramas candangos
Amo Brasília. Os governantes é que não merecem meu respeito. Quem gosta de Brasília não pode ficar indiferente aos crescentes e assustadores problemas da cidade. A lua de mel pelos 62 anos de Brasília acabou. O 21 de abril alegrou corações. Levantou o ânimo da população. Shows e festas para todos os gostos. Agora, é preciso encarar a cruel realidade. Em alguns aspectos, Brasília é uma capital comum e igual às outras. Crimes, assaltos, feminicídios, roubos, golpistas, sequestros, roubos de carros e assassinatos são constantes. Em todo canto. O pedestre sai de casa com medo de ser assaltado. Arrastões em ônibus viraram rotina. Faz tempo que o brasiliense não tem mais sossego, paz nem tranquilidade. O noticiário policial amedronta. O desemprego aumenta. A fome e o esmoleu assustam. O policiamento nas ruas é precário. Céu bonito, concretos majestosos, não enchem barriga. O transporte coletivo é tenebroso. Os hospitais e prontos-socorros humilham o cidadão. Faltam médicos. As escolas são medonhas. Verdadeiros pardieiros. Qualquer chuva fortes destrói casas, carros e alagam tesourinhas. Calçadas, ruas, áreas comerciais, sujas e esburacadas. Segurança, só nas mansões. Mas nem elas escapam da fúria dos marginais. Gestores estão se lixando para os graves problemas da população. Botam uma banca danada e adoram posar de operosos. Outubro vai lavar a alma do brasiliense.
Vicente Limongi Netto,
Lago Norte
Fraude
Depois da picanha do McDonald's, a costela do Burger King! Há nítida indução do consumidor a erro e o Procon está de parabéns pela atuação, porém, mesmo sabendo que não é picanha ou costela, como cliente, gostaria de me reservar o direito de poder comer esses sanduíches. Contudo, o Procon os tolheu dos próprios consumidores temporariamente, enquanto poderia impor às lanchonetes outra medida cautelar, como, por exemplo, contrapropaganda ou troca do nome imediata, conforme preveem os artigos 56 e 60 do Código de Defesa do Consumidor, diferentes da proibição da comercialização. Senhores, tirem o pé da nossa janta!
Ricardo Santoro,
Lago Sul
Carestia
A verdade está estampada nas prateleiras dos supermercados em todo o país. Os preços dos alimentos estão subindo sem parar. A angústia ao abastecer um veículo num posto de combustíveis é outra realidade atual. Não precisa ser um economista, especialista em índices de preços do mercado, para perceber que o poder aquisitivo está diminuindo a cada dia. Os governantes atuais têm ao seu dispor profissionais que manipulam a opinião pública pelas das redes sociais, disparando mentiras a todo momento, escondendo os fracassos e exibindo fatos muito distantes da realidade. Um político que nunca trabalhou na iniciativa privada, que sempre acumulou bens sem nada produzir, não poderia apresentar um resultado diferente do fiasco econômico de seus quarenta meses de governo.
José Carlos Saraiva da Costa
Belo Horizonte (MG)
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