Não bastasse ter saído pelas portas do fundo do Ministério da (pouca) Educação, o ex-ministro e dublê de pastor Milton Ribeiro, de triste memória, ainda protagonizou um incidente gravíssimo dentro do aeroporto de Brasília. Uma arma de fogo que carregava consigo, dentro de uma pasta de documentos, disparou por acidente, ferindo, inclusive, uma funcionária da Gol. Tivesse essa arma clandestina, disparada dentro do avião em pleno voo, com a cabine pressurizada, atingindo um duto de combustível, que consequências catastróficas provocaria?
Cada homem deixa atrás de si, os rastros de suas ações, sejam elas obras em benefício de seus semelhantes, sejam ruínas e escombros. Houve uma época, perdida na poeira do tempo, em que ministros da Educação eram escolhidos entre os mais cultos e ilustres profissionais do país, todos eles com larga experiência na cadeira de professor. Naquele tempo, era comum que, nas bagagens desses mestres, o volume e o peso eram sempre decorrentes da quantidade de livros e anotações que carregavam consigo.
Naquele período, a educação pública ainda era vista como elemento fundamental para o desenvolvimento do país e para a melhora do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Ricos e pobres compartilhavam as salas em busca do conhecimento. Não por outra razão, aqueles que ocupavam a prestigiosa pasta da Educação estavam sempre em todas as reuniões ministeriais convocadas pele presidente da República, participando ativamente das discussões dos problemas nacionais. Dificilmente, o chefe do Executivo ousava interferir nos assuntos de educação, tanto por sua complexidade quanto por sua delicada estratégia.
O prestígio da pasta refletia, diretamente, na qualidade do ensino público. A chegada dos militares ao poder não foi capaz de retirar do setor educacional o entusiasmo e a qualidade que a educação pública vinha experimentando desde os anos 1950.
Apesar de algumas remodelações curriculares feitas pelo governo daquele período e que determinaram, erradamente, a expulsão e o desterro de muitos mestres gabaritados, ainda assim, o setor educacional demonstrava vigor, sendo os ministros escolhidos, com raras exceções, entre aqueles com currículos acadêmicos indiscutíveis.
Os militares também não ousaram, em tempo algum, interferir na educação pública para enfraquecê-la, tornando-a apenas mais uma pasta ministerial sem importância. Esse tempo, dentro dos princípios da democracia e fora deles, ficou para trás. Hoje, o desprestígio da pasta da Educação, com nomeações de personagens medíocres e alienados, virou regra, e não uma exceção.
Apesar do volume fabuloso de recursos públicos que opera, o Ministério da Educação não tem qualquer destaque, sendo uma pasta que parece atrair apenas aqueles que imaginam que a quantidade de dinheiro à disposição pode servir a outros propósitos alheios ao ensino. A escolha desses ministros é feita por orientação de pessoas próximas do presidente, sem qualquer preocupação com os destinos da educação, obedecendo um cego padrão ideológico e partidário, ou dentro de critérios do tipo cordial.
Não se sabe e não há como saber até quando a pasta da Educação será ocupada por pessoas sem qualquer lastro com a cátedra. Depois de aprovar o financiamento público, por intermédio da Lei Rouanet, com verba de mais de R$ 336 mil, um livro sobre a história das armas, que importância pode ter um simples disparo provocado por um ex-ministro da Educação dentro de um aeroporto?
» A frase que foi pronunciada
"Observo mais que, de uma forma ou de outra, será sempre graças à educação fundamental que se forjará o homem comum de amanhã, o cidadão cuja forma de ser, cuja maneira de agir e pensar, cuja capacidade de fazer, representarão as mais sólidas garantias da sobrevivência e do desenvolvimento da nação."
Esther Ferraz, ex-ministra da Educação
Mais um golpe
Não se sabe como os bandidos têm em mãos números de celular de pessoas da terceira idade. O segundo passo é copiar a foto do filho e, pelo WhatsApp, pedir para os pais salvarem o número. Nesse momento vale verificar a veracidade da informação. Daí para frente, entram os pedidos de transferência bancária.
Mais detalhes
As declarações dadas pelo ministro Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF) causaram um rebu no Senado. O senador Lasier Martins protocolou um requerimento convidando Barroso a esclarecer, no Plenário do Senado, as recentes declarações de cunho político.
» História de Brasília
Nesta mesma página, os senhores encontrarão uma carta ao nosso diretor, assinada pelo sr. José Pereira Caldas, a propósito da mudança do Ministério da Fazenda. (Publicada em 21/2/1962)