RENATA ROSS - Gestora de Marketing e Relacionamento na TerraCycle
Hoje é celebrado o Dia Mundial do Planeta Terra, data importante que, muitas vezes, tem passado despercebida por todos nós. Despercebida como muitas ações diárias, de que as pessoas não se dão conta, mas que causam grandes impactos negativos.
Mais do que celebrar a data, é preciso refletir sobre os recursos naturais da Terra e seu manejo. Precisamos falar sobre educação ambiental nas escolas, em conversas com os amigos e em toda a sociedade. Precisamos entender como está o atual cenário, quais atitudes têm provocado danos aos ecossistemas e quais ações individuais e coletivas podemos adotar para reduzir esses impactos.
Segundo os dados do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado em agosto do ano passado, o aquecimento global tem se mostrado pior e mais rápido do que se imaginava. De acordo com o estudo, por volta de 2030, 10 anos antes do que se estimava, a Terra poderá alcançar o limite de 1,5C, com riscos de desastres sem precedentes para a humanidade em decorrência das ondas de calor e de inundações.
Os especialistas climáticos das Nações Unidas (IPCC) ainda afirmam que o ser humano é o responsável por essas alterações climáticas e advertem que não há outra forma de mudar o cenário a não ser reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa. Isso porque, entre as principais atividades humanas que causam o aquecimento da Terra e, consequentemente, as mudanças climáticas estão a queima de combustíveis fósseis (derivados do petróleo, carvão mineral e gás natural) para geração de energia, atividades industriais e transportes; conversão do uso do solo; agropecuária; descarte de resíduos sólidos (lixo) e desmatamento.
No Brasil, os desmatamentos florestais e as queimadas são os principais causadores de emissões de gases de efeito estufa e colocam o país em quarto lugar no ranking mundial, de acordo com o levantamento realizado pelo think tank internacional Carbon Brief, divulgado no ano passado. O estudo leva em conta dados de emissões de queima de combustível fóssil, mudanças no uso do solo, produção de cimento e desmatamento de 1850 a 2021.
Diante desse cenário, é mais que necessário trazer o tema para ser discutido a fim de conscientizar, cada vez mais, a população, as empresas, as autoridades sobre a importância do descarte consciente e da preservação dos recursos naturais do nosso planeta. O ideal seria não ter que reciclar. Num mundo perfeito, produziríamos menos e reutilizaríamos mais. Mas, como ainda não atingimos tal perfeição, precisamos buscar soluções capazes de reduzir os danos causados ao meio ambiente e aos seres vivos.