Palanque
Dois assuntos: 1) Lula deveria saber que quem fala demais dá bom dia a cavalo, ensina o ditado popular. O triunfalismo exacerbado do candidato petista indica que Lula precisa frear a língua. Dirigiu sandices para deputados, insultou o Congresso e defendeu, açodadamente, a legalização do aborto. Tiros no pé e as eleições ainda estão longe; 2) Assombrosa pantomima a pretensão de parlamentares fantoches de Bolsonaro, em obrigar o ministro do Supremo Tribuna Federal (STF) Alexandre de Moraes a comparecer ao Senado para dar explicações sobre os recentes fatos políticos dos quais é relator. Moraes não vai servir de palanque nem de pasto para saciar o apetite de demagogos, oportunistas e ressentidos, ávidos por minutos de fama.
Vicente Limongi Netto,
Lago Norte
Disparates
O Lula é um despreparado quando abre a boca para falar de improviso. Temos visto isso nas suas últimas entrevistas à imprensa, quando ele falou que, caso seja eleito, demitiria os oito mil militares que estão lotados nos quadros do Executivo. Não se dando por satisfeito, ainda faz uma convocação aos militantes do PT para que, em vez de seguirem para as manifestações na Esplanada, irem às residências dos deputados e senadores com o objetivo de importunar os seus familiares e, com isso, obterem resultados com os seus objetivos. Ora, senhor candidato, fique sabendo que essa sua proposta, além de ser de uma pessoa sem noção, é também de quem não tem boas intenções para governar o nosso país. Quem em sã consciência quer ver na frente da sua residência um bando de baderneiros gritando e tirando o sossego dos seus familiares? Que fique bem claro para vossa senhoria e para outros que pretendem se candidatar ao cargo de presidente no Brasil que, assim como eu, outras centenas de milhares de eleitores, vão eleger um candidato que tenha capacidade de trazer a tranquilidade e a paz para o povo brasileiro, além da harmonia entre os Três Poderes.
Evanildo Sales Santos,
Gama
Hipocrisia
Não sei o que é pior: o Lula falar sobre o aborto como uma questão de saúde pública, ou os puritanos fazerem uma gritaria em torno do tema, como se a interrupção da gravidez não fosse uma realidade no país. O assunto tem que ser discutido e tratado, efetiva e seriamente, como questão de saúde pública. Pessoalmente, sou contrária ao aborto, sobretudo por haver muitos meios de se evitar uma gravidez. Mas isso não me coloca à margem do tema nem me autoriza a condenar as mulheres que, pelos mais diferentes motivos, interrompem a gestação. Quem pode julgar as razões delas? Ninguém tem esse direito nem tem noção do que a levou a fazer essa opção. A meu ver, as pessoas têm de parar de julgar as outras pelas suas opções individuais, sem que saibam as motivações que a levam à decisão extrema. Mulher alguma quer perder um filho ou uma filha, muito menos conviver com essa tormenta pelo resto da vida. Além disso, há muitos que condenam, mas tomam decisões e cometem atos que implicam a morte de milhares de crianças, jovens e adultos. Um bom exemplo são os políticos mentirosos, corruptos e que se aproveitam desses momentos para produzir um discurso de moralidade, quando, na realidade, agem como os piores marginais e assassinos, associados ao crime organizado, no exercício do cargo que ocupam.
Guadalupe Gonzaga,
Park Way
Ameaças
Quem não gosta de saber que os papéis de empresas brasileiras estão se valorizando no exterior? Ou que o dólar está caindo? Ou que o investimento está subindo e a perspectiva de crescimento está se fortalecendo? É falso, porém, acreditar que, para tudo isso acontecer, seja necessário sufocar críticas ou mesmo destruir conquistas civilizatórias. "Você gosta tanto de fazer discurso lacrador que vai acabar tendo velório com caixão lacrado." Mensagens nesse tom agressivo tem sido disparadas na internet de forma covarde e anônima para calar vozes dissonantes e restringir o debate público à profundidade de um pires. Reportagens e notícias falsas são divulgadas com um objetivo: destruir a credibilidade de pessoas acusadas de "torcer contra o país ou a favor". Tira-se proveito, enfim, da ignorância alheia e da disponibilidade mental para aceitar qualquer coisa. O modus operandi, às vezes, beira o absurdo. Àqueles que consideram que esse tipo de expediente nacionalista "necessário", recomendo uma visita aos Estados Unidos, não só a Disney e a Miami, mas também à Califórnia e a Nova York, lugares mais miscigenados e cosmopolitas, onde há um enorme desenvolvimento humano e financeiro, com amplo espaço não só para a liberdade de expressão, mas também para a liberdade civil.
Renato Mendes Prestes,
Águas Claras