Saudada como uma espécie de musa intelectual das almas penadas que professam o credo no messianismo sem cérebro do lulismo, a professora Marilena Chauí encontrou na pobre e sofrida classe média brasileira um mote para desenvolver todo um rosário de elucubrações pseudofilosóficas em torno do nada nobre sentimento de ódio que diz sentir e alimentar por esse estrato da pirâmide social do nosso país.
De fato, o Brasil é um país sui generis. Como dizia o músico Tim Maia, em suas tiradas sinceras, o Brasil não pode dar certo, pois aqui, prostitua se apaixona, cafetão tem ciúmes, traficante se vicia e pobre é de direita. Poderíamos acrescentar ainda a esse chiste o fato de possuirmos os melhores eleitores que as promessas vãs e os auxílios emergenciais e eleitoreiros podem comprar e iludir.
Interessante que nessa malquerença contra a classe média brasileira se alinha também o ex-presidente Lula da Silva. Não em decorrência de reflexões e outros trabalhos mentais, mas, simplesmente, porque ouviu essa tese, gostou dela e achou o que dizer nos palanques exclusivos. Um dia algum psicanalista vai se interessar pelo que esse demiurgo das montadoras de automóveis vem dizendo, sem mesmo perceber, nos palanques da vida.
Há muito se diz que é nos palanques que políticos como Lula se revelam e podem ser dissecados até as vísceras. Jornalismo é para se ocupar de fatos sérios e que dizem respeito direto à vida dos leitores e não para analisar zumbis insepultos. Mas, em se tratando de Brasil, onde realidade e fantasia se misturam numa geleia gosmenta, é preciso acompanhar, de perto esses personagens, porque, mesmo habitando o mundo ficção, eles podem interferir em nossas vidas, maltratando a nossa realidade diária.
Na relação pouco usual entre Lula e Chauí, é difícil saber onde começa o criador e termina a criatura. Há, por parte da professora paulista, uma tentativa de buscar alguma racionalização e pontos de apoio filosóficos dentro do universo lulista, o que, em si, parece-nos surreal. Dizer que filósofos, por suas carências de ordem pessoal demonstram partidarismo por essa ou outra corrente ideológica e política, é um contrassenso que compromete a própria imagem de liberdade que deve manter os livres pensadores.
Quem diz pensar, refuta, duvida e não se alinha a ninguém. O livre pensador é um indivíduo solitário, que cultiva sempre a dúvida, mantendo distância principalmente dos poderosos, sejam eles políticos, sejam empresários, ou outros próceres da República. A linguagem do pensador e do filósofo jamais deve se deixar enlamear pelos discursos e pelas ideologias, principalmente aquelas do momento. Filósofos que acreditam em utopias e distopias vindas de políticos, deveriam voltar aos bancos escolares.
Lula odeia a classe média, como disse em recente discurseira, enquanto apontava para o infinito o braço carregando no pulso um relógio de mais de R$ 80 mil, apenas porque jamais conseguiria se integrar à classe média, uma vez que essa é uma parcela da população, formada mais ou menos por cerca de 100 milhões de brasileiros, gente que sempre trabalhou, pagou impostos e luta para ter uma vida digna. Chauí odeia a classe média porque é a única que parece não dar ouvidos às próprias tolices acadêmicas. Na verdade, Chauí e Lula detestam todos aqueles que não querem ser parecidos com eles, nem hoje, nem nunca.
» A frase que foi pronunciada
"É por isso que a arte existe. A realidade por si só não basta."
Mamfil, Manoel Andrade, nosso colaborador
História da cidade
Hora de as escolas planejarem um passeio histórico. Catetinho recebendo visitação depois da reforma.
O silêncio poderoso
Babel por balbucio. Essa troca de palavras do autor Dore Gold expõe temas interessantes para um debate maduro entre os cientistas sociais. O livro divide os temas: as raízes do terror, a erosão dos padrões, o fracasso prenunciado, o retorno da ONU imparcial ao genocídio, cenas do inferno, equivalência moral institucionalizada, a ONU apoia o terrorismo. Conclusão: da equivalência moral à ordem mundial. O livro Torre de balbucio: como as Nações Unidas alimentaram o caos global.
Susto
Nos anos 1970, eram muitos os pescadores que voltavam do Araguaia para Brasília trazendo pequenos jacarés que eram jogados vivos no Lago Paranoá. Pena que as imagens de Marcelo Bosi, enviadas pelo WhatsApp nesta semana, não mostrem claramente que o jacaré estava no lago candango. Com o filho de 16 anos, enquanto remava, gravou a cena do animal. Veja no Blog do Ari Cunha.
» História de Brasília
Hoje é dia de reunião do Conselho de Ministros. É o dia dos ministros passearem no planalto. Veem de manhã e voltam de tarde. E ficam torcendo para a reunião não demorar muito, senão terão que viajar no Panair das 20 horas, com escala em Belo Horizonte. (Publicada em 23/2/1962)
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