A origem
O governo jura de pés juntos que não gastou um centavo com a viagem à Rússia do vereador Carlos Bolsonaro, na comitiva do pai dele. Brasileiros quebraram a cabeça e queimaram pestanas para saber o nome do bondoso mecenas e padrinho forte e endinheirado que levou o filho 02 para desfrutar bons momentos tão longe da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. A solução foi recorrer à Interpol e ao FBI. Fim do mistério. Descobriu-se que os filhos 01, 03, Eduardo e Flávio, abriram uma vaquinha on-line para o doce irmão. Família unida é isso. Com permissão da Receita Federal, onde o 01 é figura querida. As doações só podiam ser em euros ou rublos, moeda da Rússia. Por sua vez, Fabrício Queiroz, amigão do clã Bolsonaro, ex-coordenador das rachadinhas, quando era o mandachuva no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, passou comovente rifa, com atraentes produtos: uma prancha de surf, cinco tênis usados, uma vara de pescar do papai Bolsonaro, 10 frangos assados e um celular usado do advogado da família do presidente, Frederick Wassef.
Vicente Limongi Netto,
Lago Norte
Algo estranho
Há um fato estranho: aonde Bolsonaro vai, arrasta multidões e fazem motociatas. Nas redes sociais Bolsonaro tem cinco vezes mais seguidores do que qualquer outro candidato, entretanto, o líder nas pesquisas de intenção de voto, praticamente eleito no primeiro turno, é aquele candidato que não sai às ruas, não se mistura como povo, não passa por aeroportos, viaja sempre em jato particular e só frequenta conchavos em gabinetes políticos. A cada pesquisa sobe sua preferência sem ele fazer absolutamente nada, sem se expor, sem ser recebido por seguidores em grande número. Sobe por inércia. Apesar de estar com a eleição garantida pelos institutos de pesquisas e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cujos integrantes tornaram pública sua preferência por ele e que tudo farão para recolocá-lo na Presidência, ele se esforça para congregar todos as outras forças políticas em torno de si; e para quê seria, se o adversário já está derrotado? Algo não está coerente aí, os números não jogam com os fatos.
Roberto Doglia Azambuja
Asa Sul
Conflito mundial
Há tempos, escrevi cartas para alguns líderes mundiais, inclusive o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Todos, menos esse último, responderam. Sei que a carta chegou ao Kremlin, porque enviei sob registro. Não fiz elogios, tratei das características e idiossincrasias de cada povo de per si, ante o contexto mundial. Agora, estamos vendo como os acontecimentos evoluíram. A minha impressão é de que o terceiro conflito mundial foi decidido há muito tempo, e só uma intervenção divina pode postergá-lo ou impedi-lo. Quem viver, verá.
Humberto Pellizzaro,
Asa Norte
Invasão
Segunda-feira (14/3), um telejornal matinal local mostrou o aumento da invasão Cobra Coral, localizada na 613/14 da Asa Sul. Eu uso aquela área para pedalar. Confesso que, quando a gente passa próximo à invasão, dá medo. Tem cachorro solto, que pode atacar algum frequentador, muito lixo e obras sendo realizadas de qualquer jeito e invadindo área de proteção ambiental. A Polícia Civil do DF fez várias operações e prendeu traficante de drogas. E por que essa invasão aumenta? Porque o ineficiente GDF faz vista grossa em relação ao aumento da ocupação e à construção irregular em todo o DF. Saudade do tempo da Agefis, quando a senhora Bruna, então presidente, combatia muito bem essas irregularidades. Governador, a nove meses do fim do seu mandato, ponha o bloco na rua e faça alguma coisa boa pela nossa capital. A cidade está suja, muito buraco, violência aumentando, falta remédio, médico, hospital.
Sebastião Machado Aragão, Asa Sul
Eleições
Analistas da cena política cotidiana acreditam que a disputa pelo Palácio do Planalto, polarizada entre Bolsonaro e Lula, tornará as eleições deste ano modorrentas. Na perspectiva dos discursos dos candidatos, suspeito que haverá uma repetição do que ocorreu em 2018, com trocas acusações entre ambos. O governo Bolsonaro, incompetente, insensível, tem um portfólio invejável com mais 655 mil mortos por covid-19 no colo, atraso na vacinação, negação da letalidade do vírus ("gripezinha"), destruição das florestas, matança de povos indígenas, liberação de armas, inflação, desemprego, fome e muito mais. Lula, por sua vez, tem uma mala com episódios cabulosos, com mensalão, petrolão, estadia de mais 500 dias em uma penitenciária, acusado de corrupção. Mas o embate não será duro na telinha. O problema será aguentar os pelotões bolsonarianos, que incorporam misóginos, homofóbicos, racistas, neonazistas, facínoras, milicianos e outras espécies desumanas... Será um tempo de violência, tal como nas batalhas campais.
Giovanna Gouveia, Águas Claras