Uma bilionária norte-americana doou mais de R$ 80 milhões para ONGs brasileiras. São organizações de defendem direitos humanos, igualdade de gênero, meio ambiente, democracia, entre outros — inclusive educação de crianças e combate ao trabalho infantil. Causas muito nobres, portanto. É de impressionar o desprendimento. Ela faz parte de um grupo que pretende doar parte da fortuna ainda em vida.
Mas, infelizmente, a visão de caridade dessa pessoa inclui, também, uma causa nefasta. Ela despejou uma cifra estratosférica — US$ 275 milhões (cerca de R$ 1,3 bilhão) — em uma organização dos Estados Unidos que está entre as principais defensoras do aborto naquele país. A instituição tem mais de duas dezenas de filiais em território americano à disposição de mulheres que querem interromper a gravidez.
A doação astronômica ocorre no momento em que a Suprema Corte dos Estados Unidos sinaliza a revisão da lei que permite o aborto no país. A instância máxima da Justiça americana deve dar um desfecho ao tema ainda neste semestre. Decidirá, portanto, se cassará ou não o salvo-conduto à destruição de vidas.
O presidente dessa organização que realiza abortos comemorou a doação. Disse que estavam todos incrivelmente agradecidos pelo "extraordinário investimento filantrópico". Que tristeza. Tanto dinheiro aplicado no financiamento de um crime atroz. Ou não é assassinato dar cabo propositalmente de uma vida humana? O que chamam de "direito reprodutivo das mulheres", na verdade, é direito de cometer barbárie.
Fico pensando no bem que essa montanha de dinheiro faria, em vez da crueldade que vai promover. Quantas crianças poderiam ser alimentadas, ter acesso à assistência médica, educacional. Que alegria faria a quem está mergulhado na extrema pobreza. Poderia ser voltado ao planejamento familiar, sim, mas para que as mulheres tivessem acesso a serviços de saúde de qualidade, aconselhamento adequado, informações sobre métodos contraceptivos, educação sexual — formas de evitar uma gestação indesejada.
É desolador haver defensores das mortes de inocentes indefesos, pior ainda, haver quem as financie.
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