Parafraseando o ditado que diz que "em casa que falta pão, todos brigam e ninguém tem razão", inspirou-nos a trova:
Num país como o nosso
Em que os 3 Poderes da República
vivem em constantes disputas e desunião
Exigir que cada um cumpra, à risca,
O que diz a Constituição
É, além de descabido,
uma grande tapeação.
Fôssemos aqui elencar
todo o rosário de atropelos
Que entre si travam há tempos esses Poderes da União,
diríamos que, nessas querelas, hoje em dia
ninguém possui um naco de razão.
Na verdade, o veredito certeiro
para todos esses entreveros
Que, em última análise,
prejudicam os cidadãos
Declara ser a todos imputado
Plena culpa e ampla admoestação.
Erram todos e, de maneira distinta,
Contribuindo com esse desatino para a credibilidade de Estado perder
Esfarrapam os Poderes com a nação a enlanguescer.
Perdem o respeito dos indivíduos e de toda a cristandade.
Com a imagem maculada,
Não se cansam de maldades.
Muito bem faz o eleitor
em sair em debandada,
Virando as costas para uma elite de insensíveis dirigentes
que, por seus desatinos e más condutas,
mais se assemelham a engravatados indigentes
Nessa repetição de desarrazoadas decisões,
mesmo a boa gente, com toda a paciência que lhe é reconhecida,
já não esconde no rosto uma imagem cansada e desiludida,
Ministros altaneiros, cuja as origens passam longe da toga e da magistratura,
legislam abertamente tecendo o pano da impostura.
Com o manto da impunidade,
cobrem políticos aldrabões,
numa eterna maquinaria
a blindar nobres fanfarrões.
O Legislativo que, há muito, o respeito perdeu,
vive de negociatas,
Vendendo o meu, vendendo o seu.
Mesmo o Executivo,
cuja presidência um dia um mau ladrão ocupou,
É vista hoje pelo povo injuriado
Como Poder malfalado,
a ética deturpou.
Os brasileiros, desanimados e entristecidos,
Observam a cena toda entre raivosos e ensandecidos.
O desrespeito às leis e à própria Constituição
De tão flagrante e descarado
Leva-nos todos de roldão
Numa ensandecida desabalada.
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