Pela primeira vez, desde julho de 2020, quando a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) começou a monitorar a situação das unidades de terapia intensiva no Brasil, o mapa de acompanhamento desse indicador de gravidade da pandemia ficou completamente verde. Ou seja: a taxa de ocupação dos leitos de UTI do sistema público de saúde destinados a adultos com coronavírus caiu abaixo de 60% e ficou fora da zona de alerta nesse quesito preocupante em todos os estados e no Distrito Federal.
Animadores, os dados são do mais recente Boletim Covid-19 da Fiocruz, divulgado na sexta-feira, e referem-se ao período de 6 a 19 de março. Outra boa notícia é que, nos dias subsequentes às duas semanas abrangidas pelo estudo da fundação, outros dois importantes indicadores de gravidade da crise epidemiológica apresentaram queda contínua no país: os registros de mortes e de novos casos conhecidos da doença.
Na sexta-feira, a média móvel de mortes dos últimos sete dias no país, calculada de forma independente por um consórcio de veículos de mídia, estava em 259, no terceiro dia seguido abaixo de 300 e a menor registrada desde 20 de janeiro, quando era de 235. Quanto às infecções, no mesmo dia, foram diagnosticados 36.176 novos casos, e a média móvel de sete dias era de 32.069 contágios.
Apesar do cenário de otimismo com a tendência de queda em três dos mais importantes indicadores de gravidade da pandemia — número de casos, internações em UTI e mortes —, vale lembrar que o Brasil está entre os países mais terrivelmente afetados pela covid-19, com cerca de 700 mil óbitos e quase 30 milhões de casos da doença.
No boletim, pesquisadores da Fiocruz atribuem a melhora nos indicadores ao avanço da vacinação no Brasil. Até a sexta-feira, segundo a apuração independente dos veículos de comunicação, cerca de 80% da população vacinável — pessoas com 5 anos ou mais — estava totalmente imunizada contra o coronavírus. E a dose de reforço havia sido aplicada em mais de 45% dos adultos, que, até aqui, são o público-alvo da injeção extra.
No boletim, cientistas ressaltam a necessidade de o governo acelerar a vacinação em crianças e a aplicação de uma segunda dose extra em grupos mais vulneráveis. Até agora, apenas cerca de 50% dos pequeninos que são alvo da campanha -- quem tem de 5 a 11 anos -- foram imunizados. "A ampliação da vacinação, atingindo regiões com baixa cobertura e doses de reforço em grupos populacionais mais vulneráveis, pode reduzir ainda mais os impactos da pandemia sobre a mortalidade e as internações", destacam.
De forma geral, mesmo com a melhora no quadro epidemiológico no país, os pesquisadores avaliam que o uso de máscara em determinados ambientes fechados ou em locais abertos onde haja aglomeração continua sendo uma medida "prudente" no atual estágio da pandemia no país. "Ainda se fazem necessárias recomendações para situações específicas, como locais de trabalho e ambientes fechados com grande concentração de pessoas, assim como em aglomerações, ou a adoção de protocolos específicos em transportes públicos", assinalam.
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