A população do Distrito Federal vive uma dicotomia há uma semana. Desde que o decreto do governador Ibaneis Rocha desobrigou o uso de máscaras em qualquer tipo de ambiente, passamos a presenciar um comportamento duplo, que tem se mostrado harmônico. Os dois lados têm seus argumentos sólidos e precisam ser respeitados.
Escolhi abordar este tema depois de presenciar uma interessante conversa na academia que frequento. Cinco pessoas — duas com máscaras e três sem — apresentavam pontos de vista sobre o uso de equipamento de proteção, que há praticamente dois anos faz parte do nosso dia a dia. E, de uma forma geral, havia uma impressão única: o decreto de Ibaneis veio apenas para confirmar algo que já existia na prática, afinal muitos já circulavam livremente sem a máscara.
Vejamos. Como não há nenhuma norma legal com a obrigatoriedade no Distrito Federal, não usar a máscara é escolha de cada um. Empresas e órgãos públicos podem, sim, exigir o uso em seus dependências, em nome da saúde laboral dos funcionários. Mas no comércio, shoppings, condomínios e demais áreas comuns faz parte da decisão individual. Então, não adianta ficar de cara feia, lançar olhares estranhos ou reclamar de quem não usa, viver em sociedade significa seguir regras que estamos sujeitos em determinados espaços. Se cada um fizer a sua parte, é bem mais fácil conviver. O respeito deve ser mútuo.
Ao mesmo tempo, quem usa a máscara também tem razão. Seguimos em uma pandemia, com a possibilidade de surgimento de cepas do novo coronavírus. E cada um pode escolher a melhor forma de proteção. Chama, sim, a atenção a quantidade de pessoas que ainda estão de máscara e, por se tratar de uma decisão pessoal, cada um tem a sua justificativa. Não acredito que o equipamento de proteção veio para ficar no nosso cotidiano, mas ainda será a nossa realidade por um bom período. A sensação geral de segurança só virá com o tempo.
A pandemia já nos mostrou que o amanhã pode ser bem diferente de hoje. Foram tantas idas e vindas nas restrições, que é difícil cravar como estaremos daqui um, três ou seis meses. Quem pode garantir que o uso de máscaras nunca mais será obrigatório? Ninguém. Então, siga a liberdade de escolha individual. E não aponte o dedo à decisão alheia. Seja ela qual for.
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