Boas-vidas
Esta parece ser uma cidade dos boas-vidas: ao contrário do resto do mundo, o comércio de rua abre às 9h, os shoppings, às 10h, e os bancos, às 11h. Quanto a esses últimos "privilégios", nem o Banco Central, com toda a sua austeridade e competência, dá jeito. Certa vez, conversando com um líder do governo, da época, sobre essa absurda discrepância em relação às demais agências bancárias do país, ele me respondeu, orgulhosamente, que "o horário de Brasília era diferente dos outros por que o sindicato daqui era mais forte que os demais". Que tal?
Lauro A. C. Pinheiro,
Asa Sul
Conflito
O caótico e preocupante estado de guerra entre Rússia e Ucrânia, sugere que por lá urubu está voando de costas, diria Stanislaw Ponte Preta, criação do sábio Sérgio Porto. O quadro é tão grave ao ponto dos terroristas do Talibã pedirem, imaginem, diálogo entre os envolvidos.
Vicente Limongi Netto,
Lago Norte
Afinidade
Os veículos de comunicação cobram do presidente Bolsonaro, assim como a Embaixada dos Estados Unidos, uma condenação à invasão russa na Ucrânia, uma guerra criada com base em inverdades de Vladimir Putin. A pressão é legítima para expor o alinhamento de Bolsonaro a violência e a negação da neutralidade. Aliás, ser neutro destoa das regras internacionais, das quais o Brasil é signatário. Mas o presidente não vai condenar o desatino medieval de Putin. Pelo contrário, ele concorda com a descabida violência em pleno século 21, pois a truculência faz parte do seu DNA despótico. Quando desautorizou o vice-presidente, Hamilton Mourão, a criticar a ação russa, reafirmou, nas entrelinhas, a sua concordância com a guerra deflagrada pela Rússia contra o governo ucraniano. Diferentemente do que afirmou na tradicional live das quinta-feiras, o Brasil pode ser da paz — o que é uma meia-verdade —, mas o presidente é da truculência e do descaso em relação à vida.
Leonora Lima,
Núcleo Bandeirante
Czar da Rússia
É hora de o Brasil assumir o seu ponto de independência em relação ao mundo. O que a Rússia está fazendo em relação a Ucrânia é uma vergonha para dizer o mínimo. Nessa hora é de se perguntar para que serve a Organização das Nações Unidas (ONU). Pelo visto, não tem poder nenhum para sanar e resolver os conflitos no mundo. A Organização do Atlântico Norte (Otan) parece ter mais força e determinação do que a ONU, criada no final da Segunda Guerra Mundial, com o intuito de evitar as guerras e conflitos mundiais. Nada disso está acontecendo. Por fim, como Bolsonarista, entendo que o presidente da República foi muito radical com o seu vice. Queira, ou não, essas atitudes só o prejudica. Voltando à Rússia, eles são obcecados por querer ser melhores do que os outros. Lembre-se de o Pedro, o Grande; sem falar no czar da Rússia.
José Bonifácio,
Plano Piloto
Crises
Governos em crise política e econômica profunda não caem por ruins, incompetentes ou corruptos. Governos caem quando um presidente da República se torna altamente impopular e perde o apoio no Congresso. No parlamentarismo, a queda de um gabinete é ainda mais natural, sem traumas e não deixa sequelas. Está fora do jogo o primeiro-ministro que vê escapar a maioria da casa ou, simplesmente, perder a confiança do próprio partido. O presidente Jair Bolsonaro reúne atualmente as condições que, à luz da história democrática, é necessária para minar e reforçar sua reeleição: reúne maciçamente o povo, sem ter a necessidade de oferecer pão com mortadela. Em contrapartida, pasmem, alguns meios de comunicação citam que aquele cidadão compulsivo da aguardente e ex-recluso da carceragem da Polícia Federal tem 46% de intenções de votos e Bolsonaro 23%. Qual fórmula de cálculo foi utilizada? O sapo barbudo como Brizola o chamava, vive enclausurado em casa com sua nova companheira e, nas poucas vezes que saiu para fora do seu ninho para contactar com seus militantes, não reúne mais que dois times de futebol. Infelizmente, esses índices são manipulados, são os legítimos fakes, divulgados por "canetas" iradas e nefastas.
Renato Mendes Prestes,
Águas Claras