Periferia
Com relação ao bem redigido texto "Urbanização das periferias", de Carmen Souza (20/2, T&F, pág. 6), venho primeiramente, por meio desta singela nota, manifestar meus mais sinceros sentimentos às famílias e aos amigos das mais de 100 vítimas dos recentes deslizamentos na cidade de Petrópolis-RJ. De acordo com a minha humilde experiência, tragédias como essa, lamentavelmente, vêm se repetindo constantemente, a exemplo das ocorridas na Bahia e em São Paulo, em decorrência, não meramente do excesso de chuvas, mas, sobretudo, da omissão do governo federal em realizar planejamentos de ordenamento territoriais urbanos que permitissem um crescimento populacional ordenado, com adequado assentamento dos indivíduos em situação de vulnerabilidade. Lamentavelmente, o que se observou foi que, mais uma vez, quem pagou a conta e sofreu o pesado fardo decorrente de todas essas perdas de vidas humanas, foi a vulnerável população brasileira!
Nelio S. Machado,
Asa Norte
Manipulação
Governos em crise política e econômica profunda não caem por serem ruins, incompetentes ou corruptos. Governos caem quando o presidente da República se torna altamente impopular e perde o apoio no Congresso. No parlamentarismo, a queda de um gabinete é ainda mais natural, sem traumas e não deixa sequelas. Está fora do jogo o primeiro-ministro que vê escapar a maioria da casa ou, simplesmente, perder a confiança do próprio partido. O presidente Jair Bolsonaro reúne atualmente as condições que, à luz da história democrática, é necessária para minar e reforçar sua reeleição: reúne maciçamente o povo, sem ter a necessidade de oferecer pão com mortadela. Em contrapartida, pasmem, alguns meio de comunicação citam que aquele cidadão compulsivo da aguardente e ex-recluso da carceragem da Polícia Federal tem 46% de intenções de votos e Bolsonaro, 23%. Qual fórmula de cálculo foi utilizada? O sapo barbudo, como Brizola o chamava, vive enclausurado em casa com sua nova companheira e, nas poucas vezes que saiu para fora do seu ninho para contatar com seus militantes, não reúne mais que dois times de futebol. Infelizmente, esses índices são manipulados, são os legítimos fakes, divulgados por "canetas" iradas e nefastas.
Renato Mendes Prestes,
Águas Claras
Futebol
O jogo entre Atlético-MG e Flamengo no domingo, pela Supercopa, foi uma verdadeira emoção ao torcedor. Mesmo com meu time saindo derrotado nos pênaltis, em que pese clamoroso erro de arbitragem com a mão na bola deliberada de Nathan Silva, no lance com Bruno Henrique (ahhhh, se fosse o contrário, o chororô seria grande), a ressurreição da Supercopa, em 2020, entre os campeões do Brasileirão e da Copa do Brasil, veio para ficar. Neste ano, em tese, não haveria por que se definir um "supercampeão" por falta de objeto, como se diz no mundo jurídico, uma vez que o Atlético-MG faturou ambos os torneios no ano passado. Mas o regulamento alçou o Flamengo à minicopa, e ao tira-teima esperado entre as duas equipes, enfim, aconteceu. Como no ano passado, em que o rubro-negro carioca e o Palmeiras protagonizaram um jogão, a história se repetiu no domingo e o placar, também. Mas não pensemos que a recriação da Supercopa significa que a CBF esteja agindo pelo bem do futebol e das torcidas. É por causa da entidade que os times mais fortes ficam meses jogando os estaduais, que adiam os grandes duelos para a Série A. Os campeonatos das federações estaduais são priorizados pela CBF, que tem nelas o filão do colégio eleitoral, capaz de eleger seu presidente mesmo que os clubes votem noutro nome em sua totalidade. Se, à contramão dos interesses das federações, os Estaduais fossem curtos, o Brasileirão começaria muito antes e, mesmo isso não garantindo grandes jogos, ao menos evitaria semanas pachorrentas, com partidas sem atrações entre clubes pequenos e elencos milionários, em estádios tacanhos, permitindo, até mesmo, paralisar as competições quando as seleções se reunissem nas datas-Fifa. Assim, para mais Flamengo x Atlético-MG como o de domingo, encaminhemos a fórceps uma nota promissória à CBF.
Ricardo Santoro,
Lago Sul
Frase famosa
Passados 30 anos — "Cachorro também é gente" —, foi assim que a mídia simplificou e repercutiu a reação do ex-sindicalista e então ministro do Trabalho do governo Collor, Antônio Rogério Magri, ao ser surpreendido, numa kombi da repartição, conduzindo ao veterinário a sua cadela: "Cachorro também é ser humano, e eu não hesitei".
Lauro A. C. Pinheiro,
Asa Sul