Faz tempo que um show não gera tanta expectativa em Brasília quanto o Portas, que Marisa Monte fará no dia 14 de maio (um sábado), na Arena BRB do Estádio Mané Garrincha. Muitas pessoas têm me procurado para saber detalhes deste espetáculo, que estreou há dois finais de semana no Espaço das Américas, em São Paulo. A Tour 2022 da cantora e compositora carioca a levará a várias capitais e cidades do interior do país e a países da América do Norte, da América Central, da América do Sul e da Europa.
Em parte, o interesse que Portas desperta entre os brasilienses tem a ver com a lembrança que eles guardam do memorável concerto que os Tribalistas fizeram no mesmo local, em 1º de setembro de 2018, quando Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown revisitaram canções registradas nos dois álbuns que haviam lançado. Naquela oportunidade, a plateia que ocupou gramado, arquibancadas e camarotes juntou as vozes às dos três, num grande coro, em hits como Aliança, Carnavália, Diáspora, É você, Passe em casa e Velha infância.
Um dos produtores locais do Portas adiantou que tem sido expressiva a procura pelos ingressos. Ele acredita que algo em torno de 30 mil espectadores devem marcar presença no Mané Garrincha para assistir e reverenciar uma das maiores estrelas da MPB. A torcida é para que, até lá, a pandemia tenha arrefecido, possibilitando a reunião das pessoas, ávidas por arte e entretenimento de qualidade, mas sem correr o risco de contaminação pelo vírus.
Vamos, então, aos detalhes do show: com duas horas de duração, Portas tem direção e concepção visual de Cláudio Torres, Batman Zavareze e Marisa. Ela é acompanhada por uma superbanda, formada por alguns dos melhores instrumentistas em atividade no Brasil atualmente: Dadi Carvalho (baixo, guitarra e teclado), Davi Moraes (guitarras), Chico Brown (teclado, guitarra, baixo e vocal), Pupillo (bateria), Pretinho da Serrinha (cavaquinho e percussão), Antônio Neves (trombone), Eduardo Santana (trompete e flugelhorn) e Lessa (flauta e sax).
Por razões óbvias, Marisa privilegia no repertório de Portas músicas registradas no álbum homônimo lançado em outubro último, entre as quais, A língua dos animais, Calma, Déjà vu, Elegante amanhecer, Pra melhorar e, claro, a faixa título. Mas, como se propusesse fazer uma revisão de sua obra, há clara predominância dos sucessos de discos anteriores — dela e dos Tribalistas —, como Ainda bem, Bem que se quis, Comida, Depois, Infinito particular, Já sei namorar, Lenda da sereia, O que me importa e Vilarejo.