Opinião

Taís Braga: Escola, a base do futuro

O ano era 1973. A expectativa de iniciar um novo ano letivo só não era maior do que inaugurar uma escola, um modelo de ensino. À época, nós, alunos do antigo curso ginasial (hoje, fundamental 2) do Premen da Escola Professor José da Silveira Camerino não tínhamos ideia de que começaria, ali, o nosso futuro. Quase 50 anos depois, as lições aprendidas naquela escola amparam os profissionais quase sessentões que tocam a vida em diversos setores.

Peço licença ao leitor para usar esta experiência pessoal. Eu, orgulhosamente, estudei naquela escola. Não era apenas uma escola pública, era um exemplo de que é possível produzir um ambiente que estimule e empolgue o estudante. Um projeto que demonstra uma visão de futuro, de construção de cidadãos que irão contribuir para uma sociedade melhor e mais justa.

Mas o que havia de diferente? A começar pela arquitetura do prédio, com as salas construídas com bom espaço e uma biblioteca na entrada, o pátio central, tudo convidava para a convivência. A formação das turmas, hoje sabemos, foi um dos fatores que fez a diferença na integração dos estudantes, vindos de diversas classes sociais. Naquele ano, por exemplo, um dos filhos do governador do estado era aluno da escola, e os demais entraram nos anos seguintes. Também frequentavam as aulas filhos de senadores, deputados, empresários, servidores públicos e operários.

O quadro de professores, então, merece homenagem perene dos alunos. Lá, recebemos lições do currículo escolar formal, vivemos experiências em laboratórios bem organizados, de práticas para a cidadania, como educação para o lar, técnicas comerciais, industriais e agrícolas, além de lições de vida, com adultos sempre abertos a responder as nossas dúvidas.

O leitor, a essa altura, deve estar se perguntando qual o motivo desta narrativa. Quero deixar aqui o meu depoimento sobre a importância de ter uma boa formação no início da vida escolar. Anos depois, conseguimos — com a ajuda da internet — reunir colegas e alguns dos nossos mestres e é consenso, entre nós, que a formação que recebemos nos conduziu a uma vida com felicidade profissional e, com a certeza, de que tivemos uma base forte, que nos sustenta até os dias de hoje.

Por tudo isso, repito em todas as oportunidades que devemos manter abertas as escolas, que, apesar da pandemia, do aumento de casos de infecção pelo coronavírus, com a ajuda das vacinas, são as lições nas salas de aulas que poderão mudar as vidas de milhares de estudantes. É sempre importante lembrar o papel que os professores exercem na vida dos alunos. Superar este momento será um grande aprendizado. E, às escolas, cabe um papel fundamental.

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