Terceira guerra
É deprimente ver em noticiário televisivo as imagens de, principalmente, idosos e crianças caminhando em meio a geleiras fugindo do imbróglio geopolítico Rússia/Ucrânia/Ocidente. O primeiro grupo deve ter ainda em mente resquícios do sofrimento do pós-guerra e o segundo, inocentemente, parece estar construindo para suas velhices esse cenário presente. Interesses de estratégia global plantados na cabeça de déspotas que têm orgasmos pelo poder, caso do Tsar Vladimir Putin, ameaçam com uma nova guerra. O chargista Kleber tem razão. A cabeça do presidente russo (21/2), é uma granada com pino pronto para ser acionada. A insistência de autoridades internacionais de primeiro escalão, principalmente do presidente francês Macron, por uma Détente, mostrou que o russo tem uma longa mesa como figurino para negociar. Não mais do que isso. É um cenário para blefar, como se vê pelas últimas movimentações de seus tanques de guerra na região deflagrada. Putin demonstra ser um fóssil da guerra fria. Lógico, ninguém é inocente. Os interesses, principalmente econômicos, estão por todos os lados. Como se não bastasse a guerra mundial contra o coronavírus, isto é, dos que acreditam na ciência para destruí-lo, agora mais essa preocupação para abalar a velha história das altas das Bolsas de Valores mundo afora, que desaguarão na alta do preço da gasolina bem aqui nos postos que abastecemos nossos carros; na alta dos preços de gêneros de primeiras necessidades; no desabastecimento disso e daquilo e a ameaça de uma recessão mundial. Em breve, as trombetas digitais anunciarão: é a terceira guerra mundial!
Eduardo Pereira,
Jardim Botânico
Insegurança
A insegurança no DF não está localizada só na Rodoviária do Plano Piloto. Ela se espalha por todos os lados. Torna-se letal quando os agentes de segurança ignoram o apelo de mulheres ameaçada pelos ex ou atuais companheiros. O Correio tem destacado essa fragilidade com reportagens exemplares e não deixam dúvida quanto ao tratamento relaxado que a polícia dispensa aos apelos de mulheres, que acabam sendo vítimas de feminicídio. A Rodoviária, desde sempre, foi uma área perigosa e serve de vitrine do fracasso das políticas públicas nos campos social e da saúde mental, que resultam do preconceito com os usuários de drogas e moradores em situação de rua. Isso, sem contar com a crise econômica decorrente da incompetência do ministro Paulo Guedes, que elevou o desemprego e expandiu a fome por todos os cantos do país, entre outros retrocesso — o DF não foi excluído. Aqui, também tem fome, desemprego e miséria. A violência é o efeito colateral
Arthur de Castro,
Asa Sul
Invasão de espaço
A discussão sobre quando um Poder invade as competências do outro, dos três que compõe a República, chegou ao auge com uma troca de farpas e acusações entre o presidente da República, o Supremo Tribunal Federal (STF), e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em que nenhum dos três é senhor absoluto da razão. Ambas as instâncias altas do Executivo e do Judiciário tem pisado em falso ao extrapolar suas prerrogativas e provocar-se mutuamente como se o descompromisso de um justificasse o desrespeito do outro. O presidente atual com mais constância e estridência nas agressões à legalidade, à civilidade, à diversidade e ao contraditório, que trata como se fosse direito exclusivo dele. O Supremo Tribunal Federal age na figura de alguns de seus integrantes com investigações claramente arbitrárias, decisões em causa própria e declarações agressivas como as do ministro Gilmar Mendes em relação a procuradores da Lava-Jato, a quem chama de delinquentes. Seu colega, o ministro Alexandre Moraes, extrapola e contraria as normas da Carta Maior, ou consideradas supremas num Estado soberano. Todos os atropelos ao preceito de independência e harmonia entre os Poderes são graves, indicam descontrole institucional. Em especial, contudo, no caso do Supremo, dada a sua condição de guardador da Constituição e última instância de decisões as quais cabe à coletividade cumprir, não obstante na prática possam ser objeto de discussão. Além dos desvios formais, resta a evidência de que determinadas decisões atende a interesses pessoais de ministros. No que, diz respeito ao TSE, há a celeuma quanto a segurança da urnas eletrônicas, o que tem acarretado seguidos embates com aquela Corte eleitoral. A colisão institucional só não é generalizada porque o Legislativo tem sido o único a se manter dentro das balizas de suas atribuições.
Renato Mendes Prestes,
Águas Claras
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