Silêncio é um ativo supervalorizado nos tempos de hoje. Mas não se compra nem se vende. Quem o tem pode se orgulhar da conquista e sentir o privilégio do merecimento. Mais do que a ausência de barulho externo, são os sons internos que nos afligem. Palavras questionadoras e julgadoras, diálogos íntimos que nunca cessam, perguntas sem respostas e respostas a perguntas que sequer foram feitas vivem soltas e descontroladas na nossa mente.
O meu processo de silenciar internamente começa com a conexão com o corpo e com a natureza. Respirar profundamente enquanto caminho pelas avenidas e estradas de Brasília tem me feito um bem enorme. Eu mal sabia que estava praticando a plena atenção, o que chamamos hoje de mindfulness. Até que encontrei a Sociedade Vipassana de Meditação e comecei a entender que mergulhar no tempo presente pode ser um bálsamo poderoso.
O que nos trai cotidianamente é o excesso de expectativas. São as idas e vindas ao passado e ao futuro que causam as angústias. Sentir o aqui e o agora durante a meditação é um grande desafio, eu sei. Mas quem consegue estabelecer um pacto com a meditação diária sente os benefícios imediatamente. Mais foco e bem-estar; mais compromisso consigo mesmo.
Não, a mente não se cala nunca. Querer o silêncio absoluto é ilusão. Teremos sempre nossos anjos e demônios, nossas experiências vividas, sejam boas, sejam más. Teremos sempre os pensamentos renitentes. Mas podemos e devemos deixá-los passar e voltar para o conforto do tempo presente. Respirar apenas sentindo a respiração; caminhar sentindo o movimento do corpo; comer sentindo o sabor e a temperatura da comida.
Como diz um dos livros que tratam da meditação mindfulness, "para viver, temos somente momentos". É desses momentos que hoje extraio um pouco do silêncio que preciso. Nessa caminhada rumo à plena atenção, a linha de chegada é a conquista do autoconhecimento e do equilíbrio necessários. Te aconselho a tentar essa jornada.
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