» Sr. Redator

Correio Braziliense
postado em 11/02/2022 00:01

Pacificador

Bolsonaro promete acabar com a insônia de Vladimir Putin. Viaja decidido a terminar com o arranca-rabo entre Rússia e Ucrânia. Tarefa espinhosa que países como a França, Alemanha e China não conseguiram. Com a fleugma habitual e o taxativo e didático "ôkei", o super-homem, capitão reformado e inquilino do Palácio da Alvorada pretende acabar com a beligerância que ameaça a paz no Ocidente, com farta distribuição de chiclete, leite condensado, farofa, pastel, cachorro-quente e caldo de cana. Convencido do sucesso da sua empreitada, o vitorioso Bolsonaro convidará Putin e Zelensky para um memorável passeio de moto em Brasília, com direito a desbravar as águas do Lago Paranoá com possante jet-sky.

Vicente Limongi Netto,

Lago Norte

Compromisso

Mais uma sexta-feira e a recomposição salarial dos eleitores da Segurança Pública de Brasília, não é anunciado. Como diz a música italiana: parole, parole, parole... Palavras, palavras, palavras... Só resta mesmo uma grande manifestação de policiais militares, civis e bombeiros do DF, em frente ao Palácio do Buriti, para o governador se lembrar dos seus votantes. Governador, respeito com seus correligionários!

João Coelho Vítola,

Asa Norte

Paranoia

Nas minhas mais de sete décadas de vida, sempre encantado com os livros e a mídia impressa, não consigo aceitar a paranoia que coloca tudo na internet e redes. Qualquer informação nos obriga a dialogar com um robô monocórdio e cansativo, que só nos confunde .solicitando digitar dezenas de números em nenhum resultado: disque 1 para isso, 2 para aquilo e por aí vai... O pior é quando manda esperar por um atendente. São horas de suplício. É claro que o sistema eletrônico, burlando as leis trabalhistas, aquece as algibeiras das grandes empresas, sem obrigações trabalhistas justas. É uma farsa para burlar o povo de quem só pensa no lucro. Os arautos da modernidade podem ficar tranquilos, não sou contra ela. Encerrando, apenas acho que a máquina nunca substituirá o homem. Quem não já se indignou com o "sistema (algo fosfórico que ninguém sabe direito o que é") fora do ar, prejudicando compromissos e nós, patetas, impotentes. Será que poderemos enfrentar os poderosos ou o jeito é a apatia, característica atávica de nosso povo?

Renato Vivacqua,

Asa Norte

A flor e a náusea

Absoluta na pré-história, ainda grande — pequena nunca será —, a natureza foi e continuará sendo o alicerce das civilizações. Essa dependência é inexorável e atemporal. Nossos macrociclos econômicos, que se deram em épocas de despreocupação com a natureza, aqui e no mundo, implicaram custos cobrados a ela. Precisamos rever e ajustar à realidade hoje reconhecida a cultura de descaso pela natureza, que contaminou por séculos (e ainda resiste, embora sujeita a alguma contestação) nossa atividade econômica dependente do exuberante capital natural brasileiro. O setor financeiro desempenha pelo menos três papéis fundamentais, atualmente em transformação para maior alinhamento com o desenvolvimento sustentável: a alocação de recursos escassos de forma a maximizar seu uso, o encontro entre poupadores e investidores e a geração de sinais precisos de escassez e abundância. Cresce a compreensão de que o exercício pleno dessas funções exige que o sistema financeiro e as empresas e os intermediários que dele participam considerem da forma mais ampla possível os ecossistemas social e natural. A principal razão para isso é que o sistema econômico está inserido numa realidade formada por recursos naturais finitos e seres humanos, e o valor de um ativo está diretamente relacionado ao reconhecimento da possibilidade de gerar fluxos futuros de riqueza. Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), mestre sagrado da poesia, já falava sobre isso em seu belíssimo poema A flor e a náusea: "Uma flor nasceu na rua!/ (...) Uma flor ainda desbotada/ ilude a polícia, rompe o asfalto./ Façam completo silêncio, paralisem os negócios,/ garanto que uma flor nasceu./ (...) É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio" (A rosa do povo, 1945).

Marcos Fabrício Lopes da Silva,

Asa Norte.

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