ELEIÇÕES 2022

Verborragia em alta na disputa pelo Palácio do Planalto

A polarização entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue norteando as conversas no Congresso. O aumento da verborragia entre os dois candidatos mais bem avaliados nas pesquisas de intenção de voto chama a atenção. O tom subiu bastante na última semana

Roberto Fonseca
postado em 11/02/2022 06:00 / atualizado em 11/02/2022 11:43
 (crédito: AFP)
(crédito: AFP)

Outubro ainda está longe, a janela partidária para troca de partido abre apenas em 3 de março, as convenções partidárias vão ocorrer só a partir de 20 de julho, a campanha começa em 16 de agosto, então, a eleição está distante, certo? Nada disso. É o assunto da vez entre todos os políticos. Em Brasília, com a volta dos trabalhos do Congresso, é nítido: todos só pensam na reeleição ou em quem vai ocupar o Palácio do Planalto a partir de janeiro do ano que vem.

A polarização entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue norteando as conversas. O aumento da verborragia entre os dois candidatos mais bem avaliados nas pesquisas de intenção de voto chama a atenção. O tom subiu bastante na última semana. No Nordeste, tradicional reduto petista e onde não vai bem, Bolsonaro disparou contra o adversário e antecessores. Chamou Lula e o PT de "canalhas". O filho 03 do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro, seguiu na mesma linha em vídeo divulgado na internet: "Vamos ganhar e jogar o Lula no lixo da história".

Lula rebateu. Criticou a ida do presidente ao Nordeste e reinvidicou a paternidade da obra de transposição do Rio São Francisco. Se a 33 domingos do primeiro turno da eleição, os ânimos entre os dois principais nomes da corrida presidencial estão bem acirrados, podemos prever que a metralhadora verbal só vai aumentar a partir de agora. E esse é o grande perigo: provocar o aumento da radicalização entre os eleitores.

Pelo cenário traçado até agora nas pesquisas eleitorais, a tal terceira via tem tido uma enorme dificuldade para embalar. As perspectivas não se mostram as melhores. Lula e Bolsonaro concentram praticamente dois terços do eleitorado, o que aumenta a dificuldade para o avanço de outra candidatura competitiva. O ex-juiz Sergio Moro e o ex-ministro Ciro Gomes são os nomes que mais se aproximam, com 7% das intenções de voto, segundo a mais recente pesquisa Quaest/Genial — Bolsonaro tem 23%. Dessa forma, a desistência de um ou outro nome da disputa presidencial é mais que viável. Político não gosta de ficar sem mandato e uma vaga na Câmara ou no Senado pode muito bem ser a alternativa.

Há, no entanto, que ficarmos de olho no tom da campanha. Baixaria e agressões mútuas não têm espaço. É necessário que os candidatos foquem no melhor para o Brasil, com ideias e plano de ação para tirar o país da grave crise em que está metido, com desemprego na casa dos dois dígitos, juros em alta, baixa atividade econômica, preço da gasolina nas alturas, entre outros. Menos verborragia, mais propostas. É do que precisamos.

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