Visão do Correio

Artigo: Estratégias na luta contra o câncer

Correio Braziliense
postado em 04/02/2022 06:00

Hoje, 4 de fevereiro, é o Dia Mundial de Combate ao Câncer. Tumores são a segunda causa de morte nas Américas, atrás apenas das doenças cardiovasculares, conforme a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Em nível global, um em cada seis óbitos se deve à neoplasia, que se desenvolve quando ocorre crescimento anormal e descontrolado das células, invadindo alguma parte do corpo ou se espalhando para outros órgãos, na chamada metástase.

A Opas prevê que, até 2025, os casos de câncer no continente vão aumentar em mais de 4 milhões, com 1,9 milhão de mortes. A maior taxa de óbitos pela doença ocorre na faixa etária até 65 anos. No Brasil, a previsão do Instituto Nacional do Câncer (Inca) é de 625 mil novos casos de neoplasias para cada ano do triênio 2020/2022. O câncer de pele não melanoma é o mais incidente no país, com 177 mil novos casos estimados. Ele tende a corresponder a 27,1% do total de diagnósticos de câncer em homens e a 29,5% em mulheres. Em seguida, os mais frequentes são os de mama e próstata, com 66 mil casos cada, cólon e reto, pulmão e estômago.

Os dados são preocupantes. Mas, conforme a Organização Mundial da Saúde, entre 30% e 50% dos tumores podem ser prevenidos, evitando-se fatores de risco e implementando estratégias de prevenção baseadas em evidências. Com o tema "Lacuna no tratamento do câncer", o Dia Mundial do Câncer tem grande importância, à medida que amplia a disseminação de informações sobre a doença, com objetivo de chamar a atenção para a conscientização e a necessidade de oferecer atendimento médico amplo e gratuito para a população, visto que há um cenário de desigualdades no acesso a diagnóstico e tratamento. Em que pese o importante trabalho que o SUS realiza, muitos pacientes quando conseguem atendimento já se encontram em estágio avançado da doença, principalmente em regiões mais pobres do país.

Com a pandemia de covid-19, houve represamento tanto de diagnósticos, em função do isolamento social, quanto de tratamentos que foram adiados ou interrompidos. Para ter uma ideia, a realização do exame de mamografia, fundamental para diagnosticar o câncer de mama, teve queda de 48%, em 2020, e de 50% no ano passado, segundo o Instituto Radar do Câncer.

Grande parte das neoplasias, a exemplo do câncer de mama, tem chance de cura se diagnosticada precocemente e tratada de forma adequada. Conforme especialistas, a neoplasia não tem uma causa única. O envelhecimento populacional, as mutações genéticas, condições imunológicas, hábitos de vida, como o fumo, e causas externas, presentes no meio ambiente, podem provocá-la.

No caso do câncer de pulmão, o tabagismo é o principal fator de risco, responsável por 90% das mortes, segundo dados do Inca. Por isso, a mudança no estilo de vida e a adoção de hábitos saudáveis são fundamentais para reduzir a incidência desse e de vários outros tumores. Uma alimentação rica em frutas, legumes, verduras, cereais integrais e proteína tem efeito protetor e ajuda a manter a saúde. Por outro lado, deve-se evitar o consumo de alimentos ultraprocessados e embutidos, excesso de açúcar, de álcool e de carne vermelha.

Aliada a uma boa alimentação, a prevenção não só do câncer, mas também de outras doenças, deve passar por uma rotina que inclui atividade física para a manutenção do peso adequado. E a informação é a maior aliada na busca pela saúde. O câncer, se diagnosticado e tratado precocemente, tem aumentadas em muito as chances de cura. Portanto, exames de rotina e rastreio periódico, especialmente para quem tem casos na família, precisam ser contemplados numa política pública de saúde que inclua ações estratégicas para enfrentar a doença.

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