Visão do Correio

Artigo: O que esperar do ano letivo 2022

Em meio às incertezas provocadas pela covid-19 e pelo avanço da variante ômicron, a vacinação para o público de 5 a 11 anos representa esperança e alívio para crianças e pais no ano letivo que começou em várias escolas. Iniciada há duas semanas, a imunização dessa faixa etária segue em estágios diferentes em cada região do Brasil, e ainda não há balanço oficial que reúna os dados de todos estados.

A expectativa agora é de que as doses cheguem também para os menores de cinco anos, em que pese a campanha contrária feita por negacionistas que minam o trabalho da ciência para colocar fim à pandemia. Aos que negam a gravidade do coronavírus para os pequenos, é importante o alerta de especialistas de que a doença também atinge esse público, e com desfecho muitas vezes dramático.

Desde o início da pandemia, morreram cerca de 1.500 crianças de 0 a 11 anos em decorrência do coronavírus, enquanto são registrados mais de 2.400 casos da síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P) associados à covid-19. Não à toa, hospitais infantis em várias regiões do país estão operando com capacidade máxima nos leitos de enfermaria e UTIs.

Diante desse quadro, a preocupação de pais, professores e escolas é sobre como será esse ano letivo. Com a proteção que começa a ser oferecida pela vacina, a esperança de que a vida escolar volte ao normal é grande, reforçada, inclusive, pelos que receberam a primeira dose e estão ansiosos para retornar ao convívio com os colegas.

Com o início da imunização de crianças e o avanço da vacina entre adolescentes e jovens, vários estados e municípios preveem o início do ano letivo nas escolas públicas e particulares para a primeira e segunda semana de fevereiro. Mas o retorno presencial pode ser adiado, se a contaminação pelo coronavírus continuar avançando. No Brasil, mais de 24,1 milhões de pessoas foram infectadas e 624 mil morreram pela doença desde o início da pandemia.

Portanto, falar em volta às aulas presenciais, neste momento, requer cuidado e planejamento por parte de governos e escolas, para evitar que se amplie sem controle a disseminação do vírus. Como não há coordenação centralizada, estados e municípios mantêm diretrizes diferentes para a retomada. Alguns governos, como o da Bahia e da Paraíba, exigirão o comprovante de vacinação para a presença dos alunos nas salas, enquanto outros, como o de Minas e do Distrito Federal, não determinaram, ao menos por enquanto, essa obrigatoriedade. Tudo vai depender do comportamento da pandemia nas próximas semanas.

Na rede privada, cada instituição define o próprio calendário e não estão descartadas atividades remotas para grupos de risco, ou se houver nova explosão de casos de covid-19. Nas universidades públicas e particulares, algumas avaliam a volta do ensino 100% presencial, enquanto outras ainda vão manter o modelo híbrido.

Fato é que o isolamento social imposto pela pandemia esgotou física e mentalmente crianças e jovens, justamente pela falta de socialização e de convivência com pessoas da mesma faixa etária, afetando inclusive o desenvolvimento físico e emocional. A expectativa de que 2022 seja diferente, ainda que dentro um novo normal, faz com que a volta às aulas seja ansiosamente aguardada por todos.

E para que essa nova realidade seja possível, além dos cuidados conhecidos por todos, é fundamental combater as fake news que circulam com intensidade em redes sociais sobre a vacina contra a covid-19, assim como ampliar a disseminação de informação baseada na ciência, que comprovou os benefícios de imunizar a população. A redução do número de mortes pela doença, mesmo com uma variante que tem um elevado e rápido poder de propagação, fala por si.

Saiba Mais