Cidadania
Relacionada ao surgimento da vida nas cidades, a cidadania significa, em última instância, o direito à vida no sentido pleno. De acordo com as definições mais aligeiradas, cidadania é o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e sociais. Isto significa que direitos e deveres estão interligados, e o respeito e cumprimento de ambos é que contribuem para uma sociedade mais equilibrada. Não à toa, uma das maiores conquistas da humanidade é o direito de expressar suas opiniões com respeito e responsabilidade. Direito este que é parte da tão apreciada liberdade de expressão, garantida por lei, a todos os cidadãos brasileiros. Com cidadania, reconhecemos efetivamente a importância do bem comum. Para tanto, a educação deve formar seres humanos pensantes que possam fazer mais pelo Brasil. E não escravos do mercado ou servos das ideias de outros. "Fica permitido que o pão de cada dia/tenha no homem o sinal de seu suor./Mas que sobretudo tenha sempre/o quente sabor da ternura" — decretava o saudoso poeta Thiago de Mello (1926-2022), em Os Estatutos do Homem (1964). A reflexão sobre o humano nos permite recuperar a dimensão do homo sapiens que foi ofuscada quase que mortalmente pelos desejos infinitos e irrefreáveis do homo economicus. A liberdade não consiste no contratualismo individual que sacraliza o direito de propriedade e permite ao proprietário a "livre iniciativa" de expandir seus lucros ainda que às custas da exploração alheia. Num mundo assolado pela miséria de quase metade de sua população, o Estado não pode arvorar-se em mero arbítrio da sociedade, mas deve intervir de modo a assegurar a todos os direitos sociais, econômicos e culturais. Nesse sentido, o direito pessoal e coletivo à organização e atuação política torna-se, hoje, a condição de possibilidade de um Estado verdadeiramente democrático.
Marcos Fabrício Lopes da Silva,
Asa Norte
Tabagismo
Vejo como a indústria do cigarro deu um cambalacho nas autoridades e vem destruindo o trabalho feito pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na tentativa de redução do consumo do tabaco, liderado pela ex-diretora da entidade, a norueguesa Gro Brundtland. A OMS tinha conseguido vitórias históricas ao restringir o uso do cigarro sem torná-lo ilegal. Abusando da má-fé, a indústria do tabaco inundou o mundo dos adolescentes com o cigarro eletrônico, que parece inocente, quase como um pendrive, mas que no fundo é um cigarro, e ponto. Aí na trilha da insensatez e a pura realidade, nos deparamos com uma notícia um tanto quanto óbvia: os novos indicadores de distribuição de renda revelam que os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. O que não é nenhuma surpresa, pelo menos no Brasil, onde a distribuição de renda não é prioridade. A conversa é sempre a mesma: tempos de crise, hora de ajustes, alguns cintos não parecem suficientemente apertados etc. Fico pensando no pobre Camões e no coitado do Machado de Assis, que tanto contribuíram para nossa querida língua portuguesa, que, de repente, teve a grosseria normalizada e os palavrões institucionalizados. E por falar em normalização, a corrupção só parece ser problema quando é da esquerda, mas, ocorre também nos partidos de direita e de centro. Geddel Vieira Lima, Eduardo Cunha, Queiroz, entre outros. Ah, nada tão grave, pois estão todos livres e soltos. A porteira está aberta para o rebanho dos locupletadores do erário e a impunidade passar, por meio da vacina ofertada pelo Judiciário.
Renato Mendes Prestes
Águas Clara
Pronome
Em recente entrevista, o homem "mais honesto" deste país disse: "Não terei nenhum problema em fazer chapa com o Alckmin para governar esse país". Ufa! Ainda bem que ele falou "esse" país. Deve ser Argentina, Bolívia ou Cuba, que ele quer governar. Seria bom mesmo, ele se apresentar como candidato a presidente num desses países.
Sebastião Machado Aragão,
Asa Sul
Lembrança
É bom e muito salutar lembrar aos negacionista, entre eles, o incentivador mor, o senhor Jair Messias Bolsonaro, que nada tem de Messias, que as UTIs estão praticamente lotadas de pessoas com covid-19, vejam o detalhe: por crianças. A "gripezinha", apelido dado à pandemia pelo senhor Bolsonaro, parecia ser inofensiva para ele que é autoridade relevante, especialista e grande estudioso das áreas ligadas a medicina, matou mais de 600 mil pessoas Brasil afora, e, mais uma vez, ele, com a equipe do ministro da Saúde, o paraibano Marcelo Queiroga (envergonhando a todos nós, nordestinos,), que adiaram o quanto foi possível a vacinação de crianças. Este adiamento está matando os pequenos, drama que poderia ter sido evitado.
Hortêncio Pereira de Brito Sobrinho,
Goiânia (GO)