Futebol
Excelente o artigo Copinha e as fugas da capital (15/1), do jornalista Marcos Paulo. Realmente, é gritante e discrepante o número de jovens que buscam o mundo do futebol fora de Brasília. O mais surpreendente é ver o BRB, banco criado para fomentar e desenvolver o Distrito Federal patrocinar um time de fora e deixar nossos jovens migrarem para outros estados em busca de apoio. Enfim, parabéns pela análise, e tenho a acrescentar, no seu artigo, é que o Amoroso, além de artilheiro do Brasileirão foi também artilheiro dos campeonatos alemão e italiano. Talvez o único craque no mundo que tenha feito essa façanha.
Ricardo Nogueira Viana,
Jardim Botânico
Netos
A colunista Ana Dubeux cuida da neta com ternura, amor e dedicação (Conversa com Liz, 16/1). Netos são anjos iluminando nossas vidas. A relação de Ana com Liz é sublime, cativante e afetuosa. Conversam abraçadas. Riem alto. A vovó Ana Dubeux se derrete todos os dias com Liz, de 5 anos. Procura deixá-la em paz. Longe de tristezas e dos sufocos dos adultos. Netos quando exclamam as doçuras mágicas, "vó" ou "vô", afastam dissabores e temores da alma dos orgulhosos e corujões avós. Sabemos que são eles que salvarão o mundo da intolerância, da má-fé, da estupidez, da mesquinharia e da barbárie de sentimentos.
Vicente Limongi Netto,
Lago Norte
Haverá terceira via?
Uma pergunta recorrente que hoje fazem eleitores e analistas políticos é se teremos de fato uma terceira via viável, em outubro. Haverá uma opção aos nomes de Lula e Bolsonaro? É inegável que esses dois nomes sofrem um forte desgaste pela sua radicalização e animosidade, que geram ódio, conflitos e instabilidade política, quando o país precisa de paz, unidade e soma de esforços em prol de nosso desenvolvimento. Bolsonaro e Lula representam o passado: o governo militar e a esquerda atrasada. Apesar de agirem como inimigos mortais, um depende do outro para existir e assim são, de fato, sócios do atraso e do caos. Na essência, são parecidos: populistas, gastadores, defendem estado forte e são contra ajuste fiscal, imprensa livre e combate à corrupção. Os ministros ligados a eles votam juntos no STF contra Moro e a Lava Jato. Por tudo isso, há um forte sentimento pró mudança e espaço para outro candidato que foque o futuro e tire o país desse labirinto do atraso. Mas como viabilizar esse candidato, com tantos pretendentes à terceira via: Moro, Doria, Pacheco, Simone, Mandetta, Janones, Alessandro e Ciro? Para ser viável, um desses nomes precisa revelar-se apto a governar, ganhar a confiança da nação e se destacar até junho. Aí, seria mais fácil se os demais, pelo menos a maioria, desistissem e apoiassem o vencedor, com base em um programa mínimo de governo. Isso ocorrerá? Vai depender da maturidade, grandeza e patriotismo de candidatos e partidos. Penso que Ciro e Doria dificilmente farão isso.
Ricardo Pires,
Asa Sul
Após o carnaval
O ano político começa no Brasil depois do carnaval, porém, este ano, com a crise sanitária não teremos carnaval. E a situação que se apresenta é bastante peculiar ante a história do país: temos um governo que se diz forte, mas que perde espaço institucional para o Legislativo. A polarização constatada nas eleições de 2018 se ampliou e se transformou em uma multipolarização com, pelo menos, cinco núcleos: a direita bolsonarista; a direita não bolsonarista; o Centrão político; a esquerda lulista; e os demais fragmentos da esquerda. Temos uma disputa institucional em curso. Não é nova e envolve os três poderes. Há tempos ocorre uma espécie de acomodação das placas tectônicas em Brasília. O Judiciário, por exemplo, se afirmou com a judicialização da política a partir do julgamento do mensalão. Após a crise do presidencialismo de coalizão na era Dilma (PT), o Legislativo ampliou o controle sobre o Orçamento da União, eis que, agora, nos deparamos com o senador Ciro Nogueira (PP-PI), um dos principais caciques do Centrão, titular da Casa Civil ampliando sua influência política ao receber do presidente Jair Bolsonaro a chave do cofre da União. Pasmem, o posicionamento de Ciro Nogueira mudou radicalmente nos últimos anos. Hoje, nem de longe ele lembra o político que, em 2017, durante entrevista à TV Meio Norte, defendeu a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no pleito do ano seguinte. Também disse que o petista foi "o melhor presidente deste país, especialmente para o Piauí e o Nordeste". Na mesma ocasião, sentenciou: "(Ao Jair) Bolsonaro eu tenho muita restrição. Ele tem um caráter fascista, preconceituoso". Em suma, diante desse quadro político, o presidente Bolsonaro está dormindo com o inimigo.
Renato Mendes Prestes,
Águas Claras