Charge
Sou leitora assídua do CB há anos. Hoje, meu marido Carlos Custódio é quem assina, mas sou eu quem toma café lendo. Até aí, ótimo. E fica melhor ainda quando "bisbilhoto" os desenhos do Kleber. São extremamente criativos. Sou uma senhorinha e, de tanto rir, coloco um copo d'água. Na charge de ontem (12/1), ele satiriza, com sua rica imaginação, o assunto de mais um aumento da gasolina. Os detalhes do cara dando a casa, o carro, o cachorro e até uma gaiola de pássaros (vazia) e no posto está um vasilhame de um litro com cara perguntando: "Completa"? Só rindo mesmo diante dessa desgraça. Outras charges foram tão significativas que eu passaria o dia as descrevendo. Dessa forma, cumprimento este artista maravilhoso. Parabéns ao Correio Brasiliense por ter, nesta empresa de comunicação, os mais valorosos profissionais da mídia escrita.
Lucia Maria de Almeida
Dantas e França,
Brasília
Bolsonaro e Anvisa
As redes sociais de apoio ao presidente Bolsonaro acusam o presidente da Anvisa, almirante Barra Torres, de insubordinação, por ele ter cobrado, em 8/1, que Bolsonaro se retratasse de acusações que fez, em 6/1, caso não comprovasse as suspeitas que levantou sobre "interesses que estariam por trás da decisão da Agência" de aprovar a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra covid. A fala de Bolsonaro, em 6/12, diz ainda que a Anvisa não está preocupada com outras doenças e que a chance de uma criança morrer de covid é "quase zero". Ele não sabe o que fala, pois já morreram de covid no país 878 crianças de até 4 anos e pelo menos 324 de 5 a 11, bem mais que em qualquer outra doença evitável por vacina. Voltando ao tema inicial, quem está se insubordinando? Bolsonaro que não entende de saúde e só quer a reeleição, ou o médico Barra Torres, que, à frente de uma equipe competente e especializada, dirige a vigilância sanitária do país? É claro, para qualquer pessoa responsável e de bom senso, que é Bolsonaro que se insubordina contra autoridades de saúde e contra a ciência, provocando tumultos e intranquilidade na mente das pessoas. Ele ainda acusa, de forma leviana, quem trabalha para proteger a vida das pessoas. Infelizmente, para muitos partidários, Bolsonaro não é apenas o presidente eleito para um mandato de 4 anos, sujeito às leis e à Constituição. Agem como se ele fosse um monarca absolutista, que pode tudo e a quem todos os demais poderes e instituições devem se submeter. Isso explica o conflito e a agressividade das redes sociais contra todos: no Congresso, no STF etc. que não se dobram à vontade, nem sempre racional, do presidente.
Ricardo Pires,
Asa Sul
Terceira via
Leitor assíduo deste veículo, acompanho nas páginas Opinião os diversos posicionamentos políticos daqueles que ali se manifestam, e em 11/1 o artigo (Plano C) do senador Cristovam Buarque assustou-me. Escreveu: "O PT deve lembrar que Lula foi condenado por juízes sob suspeição, mas não deve continuar no negacionismo diante da corrupção e do aparelhamento, que ocorreram em seus governos — as malas de dinheiro e as contas na Suíça, tão verdadeiras quanto a redondeza da terra". Lula não foi condenado por juízes sob suspeição, foi condenado em todas as instâncias, e a suspeição foi um factoide criado por um tribunal que, há muito tempo, carece de credibilidade, liderado por um grupo que só não se notava quanta inveja tinham do juiz Moro quem era cego, mudo e surdo. Parece que esses magistrados se esquecem que leis foram criadas para se estabelecer justiça, e quando houver a falta da lei ou a dúvida entre a lei e a justiça, que se posicionem ao lado da justiça, que, neste caso, não foi feita, e daí o meu susto, o ilustre senador confessa sabedor dos crimes cometidos pela facção do PT, e se presta a elaborar fórmulas para a volta desta facção criminosa que tanto prejudicou nossa pátria, justificando o retorno para salvar o Brasil. Senador, a única forma de salvar este país agora governado pelo pior presidente que já tivemos, seria uma terceira via unida.
Valter Eleutério da Silva,
Taguatinga
Calamidades
Eu fui criado, desde cedo, com o hábito da leitura diária do jornal, aprendida com o meu pai, órfão, aos sete anos de idade, com mais dois irmãos, de um intelectual forasteiro, casado com uma índia, em Mato Grosso, numa época em que não existiam direitos trabalhistas, seguros de vida, pensões sociais etc. Naturalmente, ele não chegou a se educar a ponto de despertar para o deleite do manuseio dos livros, mas, mesmo assim, percebendo isso, ele pregava: "A pessoa, no mínimo, não pode deixar de ler, todos os dias, o jornal da sua cidade, para se inteirar do que se passa nela e no mundo". Uma bela e inesquecível lição! No entanto, nos dias de hoje, seguir esse simples riscado se tornou um osso duro de roer. As notícias estampadas neles são as piores possíveis: genocídio, dogmatismo religioso exacerbado, corrupção desenfreada, degradação dos costumes, violência, miséria, fome, desemprego e dolorosas calamidades climáticas (criadas pelo próprio homem) — tudo sugerindo que a humanidade caminha, a passos largos, para a sua autodestruição. Que pena!
Lauro A. C. Pinheiro,
Asa Sul