Facada
Sobre a reabertura do episódio da facada, Bolsonaro disparou essa pérola: "No meu entender, não está difícil desvendar esse caso. Agora, vai chegar a gente importante, não tenha dúvidas". Pois, na época, eu ouvi de uma comentarista cruel e irreverente a seguinte gracinha: "Deus tinha combinado tudo com Adélio, de repente veio o Capeta e cortou o barato deles..."
Lauro A. C. Pinheiro
Asa Sul
Filho preocupado
Mamãe, eu estou preocupado com a nossa alimentação. Antes eu enchia o meu prato e, agora, a senhora fez uma grande redução. Nunca havia acontecido esse controle exagerado. Eu terminava de comer e me sentia saciado. Mamãe, eu lhe confesso, eu tenho sentido fome, não era isso que eu esperava do governo desse homem. A senhora vem fazendo das tripas, coração, mas o seu poder de compra é cada vez menor por causa da inflação. Quanta saudade eu tenho do meu pãozinho inteiro, agora eu só como a metade, isso me causa desespero. A economia vai mal, e ninguém intercede. Mamãe, o que está fazendo o ministro Paulo Guedes? Mamãe, eu ouvi uma notícia que me trouxe muita tristeza: houve um aumento muito grande da extrema pobreza. A televisão mostrou, recentemente, uma multidão fazendo um alvoroço, era um açougue que estava doando osso.
Jeovah Ferreira,
Taquari
Indústria
A indústria brasileira tem se movimentado, sim, mas em círculos. É um giro em falso. Ela não consegue competir com as estrangeiras e, por isso, para sobreviver, depende de subsídios e barreiras protecionistas. E, quanto menos se integra ao mercado mundial, mais atrasada tecnologicamente e menos competitiva ela fica. Esse círculo vicioso perdura há décadas e, enquanto o país não encontra a saída para escapar do impasse, as empresas nacionais vão ficando para trás. Os números não deixam dúvidas. Em 1990, o parque industrial brasileiro era responsável por 3% de toda a produção planetária de mercadorias manufaturadas. Àquela altura, era um porcentual idêntico ao da China. Hoje a participação nacional recuou para modestos 2%, enquanto os chineses são responsáveis por robustos 25% de toda a produção da indústria mundial. A comparação com uma potência em ascensão avassaladora como a China talvez seja injusta, porém ilustra a incapacidade da indústria brasileira eterna dependente do cativo mercado interno de conquistar território no comércio global. Parte dos problemas responde pelo nome Custo Brasil. São fatores como o crédito caro, as tarifas de eletricidade nas alturas, o gasto pesado com a logística de transportes e segurança, a tributação excessiva, a burocracia insaciável. Em suma, em vez de enfrentar os obstáculos para valer, com um plano coerente de longo prazo, o que faz o governo? Cede a pressões de lobbies e ergue mais barreiras para, assim, dar sobrevida à indústria nacional.
Renato Mendes Prestes,
Águas Claras
Crescimento em V
Não há um dia , desde 1º de janeiro de 2019, que o governo não produza uma fake news para escomotear suas incompetência para administrar o país. Aliás, para se eleger, em 2018, usou e abusou das redes sociais com enxurradas de mentiras, falsas promessas e estímulos ao ódio para conquistar os opositores e muitos que se decepcionaram com o Partido dos Trabalhadores. Mas a maior e concreta fake news não é o presidente que não sabe presidir, pois quem acompanhou sua carreira política tinha conhecimento da sua incapacidade. O pior engodo é o economista Paulo Guedes. Ele garantiu que a economia, após a crise, teria crescimento em V. E assim foi: Vertiginosamente para o fundo do posso; Vorazmente a inflação liquidou com o poder de compra dos que sobraram nos empregos, pois a maioria está desempregada; Vergonhosamente, a miséria aumentou tanto que o Brasil, de forma Vexatória, voltou ao Mapa Mundial da Fome. A Vilania é tanta que o brasileiro não tem como se virar nos vinte (trinta seria demais) para dar a volta por cima.
João Alberto Dias,
Guará II
Joe Biden
Deus escreve certo por linhas tortas, assim como a democracia. É o que se pode extrair do pronunciamento do presidente Joe Biden, em seu discurso em desagravo ao primeiro ano da invasão do Capitólio. Se no Brasil existisse um presidente que não atrasasse a vacinação, o que leva o brasileiro a gostar de se vacinar, e que não acontece com o povo norte-americano, ter-se-ia evitado tantas mortes (632 mil). Donald Trump foi execrado, o que poderia acontecer com Jair Bolsonaro. Contudo, em vez disso, este ainda postula uma continuidade em seu governo. Que o governo polarizado dê lugar a uma solução amena e de realizações.
Enedino Corrêa da Silva,
Asa Sul