Conto do vigário
Era o discurso do então candidato Jair Bolsonaro em campanha para chegar à Presidência da República: "Não me renderei ao toma lá dá cá". Falava de uma maneira que entusiasmava os brasileiros que desejavam ver o fim da velha política. A política dos sugadores da pátria. A esperança de que o balcão de negócio instalado entre o Executivo e o Legislativo seria jogado no lixo tomou conta de milhões de brasileiros. Os parlamentares descompromissados com os interesses da sociedade não teriam vez no governo do capitão. Muitas vezes, eu ouvi pessoas dizerem: "Esse vai tirar a mamadeira da boca da turma gulosa por recursos públicos". Tremenda decepção. Hoje, o Centrão está dentro do Palácio do Planalto com a chave do cofre nas mãos. Paulo Guedes sumiu. Tudo ficou no discurso. Caímos no conto do vigário. Não podemos mais errar, não sejamos otários. O povo está passando fome e 16 bilhões vão para orçamento secreto, quase R$ 5 bilhões para o fundo eleitoral e que se dane o teto. Experimentemos gente nova. Já fomos muito mal sucedidos. Corramos das velhas raposas. Sermos ludibriados de novo não tem sentido.
Jeovah Ferreira,
Taquari
Luto
O presidente Bolsonaro decretou luto de um dia pela morte de seu Rasputin. Mostrando galhardia e sua face indômita, frequentemente, quando chama do povo de maricas, ameaça repórteres de saias, insinua que o cabelo black de um seguidor está com piolhos, xinga autoridades de canalhas e filhos daquilo, ficava quietinho quando Olavo de Carvalho o mandava enfiar num orifício inusitado as medalhas que mandara lhe oferecer por não querer pagar dívida judicial que tinha com Caetano Velloso. Aliás, o rega caboclo disse que poderia destruir o mito na hora que quisesse, pois sabia tudo de sua vida. E o capitão arregou, nunca teve peito para responder. Quer dizer, só massacra os que não reagem.
Renato Vivacqua,
Asa Norte
Tecnologia
Com o avanço tecnológico e a automação de linhas de produção, a curva de crescimento de riqueza pessoal, que era ascendente, passou a ser descendente e reflete na qualidade dos empregos. Pode-se pensar que isso está acontecendo de forma mais acentuada no Brasil devido a crise econômica vivida pelo país nos últimos sete anos e agravada pela crise sanitária. No passado, nossos pais diziam para nos dedicarmos a uma área para tornarmos uma sumidade num determinado assunto. Isso já não vale mais de nada. As pessoas vão precisar estudar ao longo de toda a sua vida, mas elas não poderão se dedicar a apenas uma área. A evolução de tecnologias como sistemas de voz e a chegada de novos dispositivos de pagamentos eletrônicos apontam para o fim de empregos como operador de telemarketing, caixas de bancos e supermercados, que começam a trilhar um processo de extinção irreversível. Por outro lado, carreiras como as de programador e especialista em computação tornar-se cada vez mais requisitadas. No entanto, não se pode deixar de lado, habilidades bem mais humanas, como originalidade, pensamento crítico, persuasão, inteligência emocional e liderança, quesitos que sempre serão valorizados. A mudança radical no mercado de trabalho é um caminho sem volta e exige um esforço triplo: governos, empresas e os próprios indivíduos precisam se aprimorar para garantir seu espaço no futuro.
Renato Mendes Prestes
Águas Claras
Trânsito
Indiscutível a importância dos pardais para conter a alta velocidade, que muitos motoristas gostam de imprimir nas largas ruas do Distrito Federal. Há aqueles que pouco se incomodam com as multas ou com o risco de ter a habilitação suspensa ou cassada. Mas só a fiscalização eletrônica não é suficiente para inibir abusos ou infrações de trânsito. Nesta semana, a caminho do trabalho, flagrei dois caminhões caçamba, lotados de resíduos de obra, sem a cobertura exigida, para evitar que pedras, pedaços de concretos, tijolos caíssem sobre o veículo que estivesse atrás. Comentei o episódio com uma amiga, e ela afirmou que presencia a cena regularmente, não só na EPIA, como em outras avenidas na região do Gama, onde reside. A segurança no trânsito, medidas preventivas de acidentes têm muito a ver com os motoristas, mas também é dever do poder público conter os infratores para evitar que os cumpridores das normas sejam vítimas.
Guadalupe Gonzaga,
Park Way
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