Com bastante atraso — perpetrado por autoridades públicas negacionistas —, a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19 começará nos próximos dias. A imunização se dará no momento em que o Brasil, assim como o restante do mundo, é assolado pela variante mais transmissível do novo coronavírus. Com a explosão de casos provocados pela ômicron, há risco até de o sistema de saúde entrar em colapso.
A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) anunciou que, na última semana, o número de infecções pela covid-19 quase dobrou nas Américas: subiu de 3,4 milhões, em 1º de janeiro, para 6,1 milhões, em 8 de janeiro. No Brasil, não temos estatísticas atualizadas para atestar a gravidade da situação, por causa do suposto apagão de dados do Ministério da Saúde, mas sabemos que os casos estão proliferando. Gestores estaduais e municipais, inclusive, têm retomado algumas medidas restritivas para tentar conter a disseminação.
Em entrevista ao CB.Poder, o neurocientista Miguel Nicolelis destacou o perigo da nova variante para o público infantil. "É nítido que a ômicron está atacando as crianças, que não estão vacinadas. As UTIs pediátricas do Reino Unido e dos Estados Unidos estão ficando lotadas. Estamos vendo o fenômeno ocorrer no Brasil, também, desde novembro, inclusive em Brasília", enfatizou ele.
Mesmo diante desse grave risco, há infames que tentam, de toda forma, impedir o acesso de meninos e meninas à proteção que a vacina oferece. Numa atitude criminosa, espalham notícias falsas com o objetivo de demover pais ou responsáveis a imunizar suas crianças. Entre esses, estão autoridades públicas, o que é ainda mais grave, pois têm o dever de zelar pela saúde da população.
Por isso, aproveito este espaço para fazer um apelo: não dê ouvidos a quem tenta sabotar a vacinação. Quando começar a campanha para o público infantil, leve suas crianças para receber a dose. A vacina é segura, atestada pelas principais agências reguladoras dos Estados Unidos e da Europa, além da nossa Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Diversos países estão imunizando a população nessa faixa etária. Nós já perdemos tempo demais.
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